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O mercado ibero-americano

José Gabriel: agências de comunicação não seguem mais os padrões anglo-saxónicos

Divulgação

O espaço ibero-americano tem vindo a afirmar-se no mercado da comunicação corporativa mundial. Longe vão os tempos em que as agências de comunicação deste espaço geográfico seguiam ou copiavam os padrões anglo-saxónicos. Hoje, comunicação de cariz iminentemente ibero-americano é já uma realidade, fazendo uso dos dois idiomas na comunicação com os vários países de expressão portuguesa (sobretudo Brasil e Portugal) e de expressão espanhola (Espanha, Argentina, México, Colômbia, Venezuela e Uruguai, por exemplo). A região ibero-americana tem tido no mapa global da comunicação corporativa um lugar de referência. No entanto, no mercado internacional é perceptível ainda uma certa marginalização do português e do espanhol.

Como línguas de pensamento e de conhecimento, o português e o espanhol, encontram espaço nas agências de comunicação ibero-americanas. O mesmo acontece relativamente ao ensino, nos programas de graduação e pós-graduação, onde são usados modelos próprios em português e espanhol.

De notar ainda a fusão de agências de comunicação no espaço ibero-americano, um fenómeno importante neste mercado. É o caso da rede espanhola independente de agências de relações públicas Llorente & Cuenca que adquiriu 70% da S/A Comunicação, que, por sua vez, assumiu 30% da Llorente & Cuenca Brasil. Em Portugal a empresa adquiriu a agência IMAGO.

De realçar também as relações internacionais entre a ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), a APCE (Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa), a Dircom  (Asociación de Directivos de Comunicación – Espanha) e o Círculo DirComs (Círculo de Directivos de Comunicación de la República Argentina),  que têm vindo a trabalhar num modelo ibero-americano de comunicação corporativa.

No espaço académico é frequente vermos diversos programas de comunicação organizacional com uma classificação elevada nos rankings internacionais, a que se junta toda uma série de investigações levadas a cabo em língua portuguesa e espanhola.

Veja-se o caso de sucesso que é A Pirâmide de Relações Públicas da TAP - Transportes Aéreos Portugueses. Foi desenvolvida em língua portuguesa e premiada e reconhecida internacionalmente, tanto no espaço corporativo como no espaço académico.

Este modelo trata das Relações Públicas no ambiente digital atual. Os conteúdos das páginas das redes sociais da TAP são introduzidos autonomamente graças a uma articulação dinâmica entre os departamentos de marketing, relações públicas e de apoio ao cliente, considerando que a procura de informação específica é a Ação mais frequente feita pelos fãs das páginas da TAP. O departamento de relações públicas ocupa o topo da pirâmide, sendo sua a responsabilidade de responder às perguntas que os demais departamentos não conseguem responder. E, sempre que uma situação de crise surge, o departamento de relações públicas assume imediatamente o controlo sobre todos os conteúdos partilhados, centralizando informações e concentrando o poder de decisão no que diz respeito aos media sociais.

Esse modelo está já a ser utilizado em diversas organizações dentro e de fora do espaço ibero-americano, citado também em dezenas de pesquisas universitárias.

Internacionalizar o “nosso” modelo de comunicação organizacional é uma tendência das agências e de práticas de referência neste mercado. A universidade segue o mesmo caminho com investigadores de excelência neste espaço. O mercado ibero-americano pode reforçar o panorama internacional das Comunicação Corporativa com um modelo próprio, ativo e com um diferencial de serviço.

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