Solidariedade e união das empresas brasileiras aumenta a força no combate ao novo Coronavírus
Desde o anúncio da chegada do novo Coronavírus ao Brasil, o país tem feito todos os esforços possíveis para não deixar faltar equipamentos e produtos considerados extremamente necessários no auxílio ao combate e contenção da doença. No entanto, é cada vez maior o número de pessoas infectadas pelo vírus, o que, consequentemente, aumenta ainda mais a carência por esses itens.
Para tentar amenizar a situação, muitas empresas brasileiras estão se mobilizando voluntariamente e voltando suas fábricas e indústrias para a produção de materiais como respiradores mecânicos, ambulâncias, equipamentos de proteção individual, álcool em gel, alimentos, produtos de limpeza e higiene, a fim de tentar suprir essa falta. Saiba mais o que algumas dessas empresas estão fazendo.
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
Hospitais e centros de saúde estão sofrendo com a falta de respiradores mecânicos, equipamentos que ajudam a amenizar os sintomas da doença em pacientes infectados. Além disso, profissionais da saúde também relatam que locais que possuem os aparelhos enfrentam dificuldades com a manutenção.
Para amenizar esse problema, o SENAI e dez multinacionais se uniram para ajudar a manter em funcionamento os respiradores em uso.
Espalhados em 13 estados, haverá 25 pontos para o recolhimento dos aparelhos em todo o país. Dez dessas unidades de manutenção são da rede SENAI, enquanto as outras 15 ficam a cargo das indústrias participantes da ação – ArcelorMittal, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Ford, General Motors, Honda, Jaguar Land Rover, Renault, Scania, Toyota e Vale. Os estados que concentrarão os pontos da iniciativa e manutenção dos respiradores são Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A estimativa é de que, atualmente, o Brasil tenha pouco mais de 65 mil ventiladores espalhados pela rede privada e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, de acordo com dados da LifesHub Analytics e da Associação Catarinense de Medicina (ACM), até o momento, mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares estão fora de operação no país, seja porque foram descartados ou porque precisam de manutenção. “Em um nível de utilização intensa, esses respiradores podem apresentar mais defeitos do que o usual. A doença exige muito dos respiradores”, explica o médico e presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Junior. “Sem os respiradores, o sistema vai entrar em colapso. A gente precisa aumentar a linha de produção nacionalmente”, alerta. De acordo com a estimativa, cada ventilador recuperado pode atender até 10 pessoas.
Rafael Lucchesi, diretor geral do SENAI, afirma que o SENAI e todas as companhias parceiras estão preparadas para ajudar. “O SENAI treinou e capacitou todas as empresas parceiras para isso. Essa rede está capacitada para, muito rapidamente, colocar em prontidão – ou seja, em pleno funcionamento – esses 3,6 mil aparelhos. Acreditamos que esse número pode chegar a 5 mil ventiladores e respiradores”.
Instituto GM
O Instituto General Motors, braço social da GM no Brasil, anunciou que está realizando ações de suporte ao combate à pandemia de Covid-19. A empresa está fazendo doações de cestas de alimentos, higiene e limpeza, óculos de proteção, além de emprestar carros em comodato para as autoridades nos locais onde a empresa está presente.
Tais doações e empréstimos têm por objetivo contribuir para o combate à pandemia e seus impactos no sistema de saúde e renda das populações mais vulneráveis. “Neste momento difícil que estamos passando, as relações de parceria e a solidariedade precisam se intensificar ainda mais. O Instituto General Motors sempre esteve presente nas comunidades onde atua, especialmente em situações de crise. Nossos empregados têm no seu DNA a vocação para o voluntariado e estamos em contato contínuo com as autoridades, apoiando as necessidades em diversas frentes”, declara Marcos Munhoz, presidente do Instituto GM.
As mais de 5.500 cestas de alimentos, higiene e limpeza serão doadas a famílias em situação de vulnerabilidade social em todas as sete cidades onde a GM está presente no Brasil: Gravataí (RS), Joinville (SC), São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP), Sorocaba (SP), Indaiatuba (SP) e Mogi das Cruzes (SP), além da capital paulista. “Vamos adquirir os produtos para compor as cestas no comércio de cada cidade onde faremos as doações. Assim, poderemos contribuir duplamente, com quem necessita receber e com quem precisa vender mais”, explica Munhoz.
Os óculos de segurança, os chamados EPIs (equipamentos de proteção individuais), são usados na atividade fabril e muito importantes para a proteção dos profissionais de saúde que estão trabalhando na linha de frente contra o Covid-19. Por isso, serão doadas 3.000 unidades para as prefeituras das cidades onde a GM está presente e que sinalizaram necessidade do item: Gravataí, Joinville e São José dos Campos.
Por fim, o Instituto GM colocou 105 carros à disposição em regime de comodato, que serão utilizados pelas prefeituras de Gravataí, Joinville, São Caetano do Sul, São José dos Campos, além do governo estadual de São Paulo. Os veículos poderão ser usados para o transporte de profissionais, de equipamentos de saúde e, inclusive, de pacientes, além de outras necessidades.
Fundação Toyota do Brasil
Desde que as ações de combate à Covid-19 aumentaram, a Fundação Toyota do Brasil tem estado atenta às necessidades de comunidades e governos. E com isso, a Fundação anunciou a doação de 4 ambulâncias (Hilux adaptadas) a fim de contribuir com a mobilidade de pacientes e de outros profissionais de saúde, como forma de deixar também um legado ao Estado.
A companhia também anunciou que está doando 30 mil frascos de álcool em gel. Além de também estar envolvida em outras atividades, como o reparo de respiradores – a empresa faz parte das dez que estão envolvidas na iniciativa liderada pelo SENAI, de consertar respiradores.
Para Viviane Mansi, Presidente da Fundação Toyota, "nosso compromisso em momentos críticos como este é fazer o melhor que podemos em todas as frentes. Doação é uma delas. A outra é assegurar um ambiente de trabalho seguro, em que as pessoas possam voltar com tranquilidade, sabendo que temos protocolos claros de proteção de saúde. Ainda que ninguém tenha certeza dos impactos da COVID-19, sabemos que eles se estenderão por algum tempo. Além das ações iniciais, estamos dedicados a minimizar impactos negativos nos próximos meses e aprender com tudo isso", disse.
Com todas essas ações, a Fundação espera poder trazer boas notícias em breve.
Yamá Cosméticos
A empresa de cosméticos Yamá anunciou que está produzindo 5 toneladas de álcool em gel para distribuição gratuita aos hospitais e instituições da cidade de Cotia.
A iniciativa mobilizou a fábrica da empresa, que fica no mesmo município, e também destinará parte da produção para o time de colaboradores. A distribuição visa contribuir com a contenção da epidemia em Cotia, que, até o momento, registrou dois casos confirmados. “Sabemos que esse é apenas um pequeno gesto, mas que com certeza vai fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Há mais de 50 anos a Yamá Cosméticos faz parte da família brasileira e nesse momento de trabalho coletivo é nosso dever ajudar a comunidade que tanto nos apoia. Agradecemos profundamente à nossa equipe e empresas parceiras que nos ajudaram com matéria prima e distribuição, viabilizando assim esse lindo projeto”, comenta o CEO da Yamá Cosméticos, Fabio Yamamora.
Para a produção das 5 toneladas de álcool em gel, a Yamá contou com a colaboração das empresas parceiras Chemyunion, AQIA Química Industrial, Givaudan e BIM, que ajudaram com matéria prima e distribuição para a entrega dos frascos.
L’Oréal Brasil
A empresa de beleza L’Oréal Brasil vai doar mais de 750 mil produtos de higiene, como álcool em gel, shampoos e condicionadores para hospitais públicos e comunidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. O objetivo é evitar a disseminação do novo Coronavírus.
A companhia já iniciou a produção industrial de 170 toneladas de álcool em gel em sua fábrica de São Paulo. A ideia é estender as doações para outros países da América Latina. A distribuição do material será realizada por meio de uma parceria entre a L’Oréal Brasil e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, que mobilizou as Secretarias de Saúde dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Distrito Federal, os mais afetados pela Covid-19.
Também serão doados produtos de hidratação, proteção e reparação da barreira cutânea para os profissionais de saúde que, diariamente, sentem na pele os efeitos do uso excessivo de máscaras, bem como o ressecamento intenso da pele das mãos. A distribuição desses produtos nas comunidades será realizada em parceria com outras organizações. Como parte do movimento “Rio Contra Corona”, coordenado pelo Instituto Ekloos e outras entidades, e também com a ajuda das ONGs Redes da Maré, Casa Amarela e Casa do Menor, os itens serão distribuídos em comunidades do Complexo da Maré, Complexo do Alemão, Morro da Providência, Rocinha e Cidade de Deus. Em São Paulo, as parcerias são com as ONGs Gol de Letra e Arca do Saber para distribuição nas comunidades Vila Prudente, Vila Albertina e Tucuruvi.
Vigor Alimentos
Desde o final do mês de março, a Vigor Alimentos iniciou a doação de iogurtes para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, com o intuito de agradecer a todos os profissionais da área da saúde, que se dedicam a cuidar de outras vidas.
Foram instaladas geladeiras em diferentes áreas do centro médico, que serão abastecidas diariamente. Os produtos beneficiarão cerca de 4.000 funcionários da unidade hospitalar.
“Estamos em um momento em que cada atitude faz a diferença. A união é a única forma de transformar o cenário em que vivemos”, afirma Rose Catani, gerente de comunicação interna na Vigor Alimentos.
Honda Automóveis
A montadora também atua em parceria com o Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial na recuperação de respiradores, com cerca de 30 profissionais e parceiros externos envolvidos no projeto. A fábrica passou por adaptações na linha de produção para atender as especificações sanitárias necessárias para esse tipo de trabalho”. Ressaltou ainda que, para consertar os respiradores mecânicos, é “preciso contar com equipamentos específicos da área da saúde, como réguas para gases medicinais e tanques de oxigênio.