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Vozes da liberdade

LLYC lança “Free the Voices”, primeiro banco de vozes sintéticas diversas que tem por objetivo chamar a atenção para a discriminação sofrida pelo coletivo LGBTQIAPN+ por causa de estereótipos e vieses associados às vozes normativas. Liderado por David González Natal (foto), sócio e Diretor General para Região Norte da LLYC na América Latina, o projeto foi criado a partir da coleta de mais de 250 vozes do coletivo em 12 países e tratado com técnicas de IA

Divulgação / LinkedIn

“A discriminação baseada na voz é uma problemática persistente que afeta muitas pessoas, especialmente dentro da comunidade LGBTQIAPN+. As vozes que não se adequam às normas sociais predominantes enfrentam frequentemente preconceitos e microagressões, o que leva muitas pessoas a modificar ou ocultar a sua verdadeira voz. Esta situação não apenas perpetua a visibilidade e o estigma, como também limita a diversidade vocal que deveria ser celebrada na nossa sociedade”, afirma David González Natal, sócio e Diretor General para Região Norte da LLYC na América Latina e líder do projeto

Diante da persistência de comportamentos discriminatórios e atos de microagressão diários contra a comunidade LGBTQIAPN+ impulsionados, em muitos casos, pelos vieses que as vozes desencadeiam, a LLYC anunciou o lançamento do “Free the Voices”, primeiro banco de vozes sintéticas diversas. Inovador, esse projeto foi desenvolvido em parceria com a Monoceros Labs e o seu produto “Fonos”, e tem como objetivo chamar a atenção para os vieses associados à voz e contribuir para um ambiente digital mais diverso e inclusivo.

O projeto tem origem na constatação de que a voz continua a ser um dos fatores que contribuem para a discriminação multidimensional contra pessoas queer. Estudos mostram que as pessoas preferem interagir com uma voz heterossexual (69%) em vez de uma voz “gay” (31%), um preconceito que se desdobra e se torna mais evidente em outros espaços, como locais de trabalho, onde os números da discriminação variam de 32% a 37% das pessoas LGBTQIAPN+ que relataram ter sido discriminadas por agirem como gays, incluindo a forma como falam.

Em um mundo cada vez mais digitalizado, as vozes geradas por IA estão ganhando mais relevância devido à quantidade de plataformas em que podem ser utilizadas. A maioria destas vozes não reflete a diversidade vocal da nossa sociedade e, pelo contrário, são construídas a partir de uma visão cis heteronormativa. “Free the Voices” é o primeiro banco de vozes sintéticas diversas criado a partir da coleta de mais de 250 vozes do coletivo em 12 países e que, a partir de agora, poderá ser usado em diversos conteúdos audiovisuais. Este recurso foi desenvolvido para conscientizar a sociedade sobre os preconceitos associados às vozes diversas e reduzi-los por meio de uma exposição maior à diversidade vocal.

A discriminação baseada na voz é uma problemática persistente que afeta muitas pessoas, especialmente dentro da comunidade LGBTQIAPN+. As vozes que não se adequam às normas sociais predominantes enfrentam frequentemente preconceitos e microagressões, o que leva muitas pessoas a modificar ou ocultar a sua verdadeira voz. Esta situação não apenas perpetua a visibilidade e o estigma, como também limita a diversidade vocal que deveria ser celebrada na nossa sociedade”, afirma David González Natal, sócio e Diretor General para Região Norte da LLYC na América Latina e líder do projeto.

Para garantir a autenticidade e evitar a perpetuação de estereótipos, o processo de desenvolvimento de vozes sintéticas exigiu uma abordagem participativa que contou com a colaboração de aliados que trabalham pelos direitos da comunidade LGBTQIAPN+ em diferentes países, como a Redi (Espanha), o Pride Connection México, a Casa Frida (México) e a Cámara de la Diversidad da Colômbia. Com isso, foi possível obter dados variados não apenas em termos de orientação sexual e identidade de gênero, como também de nacionalidade, sotaques e idades. Tudo isso garantiu que as vozes geradas não impusessem visões externas sobre o que constitui uma “autêntica voz LGBTQIAPN+”.

Uma vez coletada toda a informação por meio da leitura de um manifesto, partiu-se para um rigoroso processo de anonimização e sintetização feito pela Monoceros Labs. Este processo garantiu que as identidades individuais das pessoas que participaram permanecessem não identificáveis, sem sacrificar a diversidade das vozes sintéticas criadas. Tanto as vozes criadas no projeto, como outras, ficarão disponíveis em “freethevoices.llyc.global” para que qualquer pessoa possa utilizá-las. Isto vai permitir que produções audiovisuais e projetos de diversas naturezas reflitam uma maior diversidade.

O “Free the Voices” é uma iniciativa que desafia a discriminação vocal e busca neutralizar os vieses nos sistemas de voz e IA. Por isso, o seu lançamento será acompanhado do relatório “Free the Voices: voz, diversidade e tecnologia na era da IA” e do vídeo do manifesto oficial da empresa. O primeiro analisa como os vieses associados à voz perpetuam a discriminação contra a comunidade LGBTQIAPN+ e explora como as tecnologias de vozes sintéticas podem contribuir para reduzir estes vieses por meio da exposição. Já o vídeo é uma peça criada com a colaboração de várias pessoas da comunidade que doaram as suas vozes em diferentes idiomas para refletir o processo realizado para a criação das vozes sintéticas diversas.

Este projeto também é um projeto para o uso da IA para fomentar a equidade e a representatividade genuína em todas as esferas da vida. Por isso, ele nos convida a escutar as novas vozes sintéticas, adicionar as nossas vozes para gerar outras novas e, principalmente, a usá-las para promover um mundo mais diverso.