Independente do porte, prestígio ou inovação de uma organização, nenhuma está blindada contra crises. Esta verdade, embora reconhecida no âmbito da gestão de crises, frequentemente é subestimada. É crucial entender que a escala de uma crise pode variar consideravelmente, abrangendo desde situações profundamente destrutivas, que ameaçam a essência da empresa, até aquelas que, embora inicialmente pequenas, podem escalar e ganhar proporções preocupantes sob o foco da mídia.
O Institute for Crisis Management (ICM) dos Estados Unidos define crise como “uma situação significativa que causa interrupções nos negócios e recebe ampla cobertura da mídia”. O conceito de crise se altera nas diferentes fontes, mas em todos há elementos em comum, sendo o principal deles que esses fenômenos não surgem inesperadamente. Elas podem impactar a percepção dos stakeholders e por isso demandam maior atenção aos detalhes e estruturação de estratégias, já que o mau planejamento pode afetar diretamente imagem e reputação de marca.
De acordo com pesquisas da McKinsey, nos últimos 10 anos, houve um aumento de aproximadamente 80% no número de incidentes negativos associados a empresas. Esse crescimento exponencial pode ser atribuído a acessibilização da internet que permite ao público encontrar mais informações com maior facilidade.
Nesse contexto, a reputação institucional é de suma importância, dado que traz efeitos diretos nas relações empresariais, tais como a confiança de clientes, parceiros de negócios, a capacidade de atrair investidores e talentos. Uma boa reputação é um ativo valioso e intangível que impulsiona o crescimento e a sustentabilidade da empresa.
As Relações Públicas desempenham um papel crucial na gestão de crises, atuando como uma intermediadora entre a empresa e o público. Resumidamente, a eficiência estratégica engloba a identificação e avaliação de crises, comunicação transparente e original, gerenciamento de expectativas e manter a confiança do público. Algumas táticas como a criação de mensagens-chave, o treinamento de porta-vozes e o monitoramento constante das mídias sociais são essenciais para uma resposta eficaz.
Ademais, um plano de gerenciamento de crises eficaz é substancial e inclui também a identificação de possíveis cenários de crise que podem emergir para adiantar possíveis soluções, definição de protocolos de comunicação, elaboração da mensagem chave em cada situação levantada e realização de treinamentos e simulações.
Os benefícios a longo prazo de investir em gestão de crises e Relações Públicas são notórios: preservação da reputação, minimização de danos financeiros, fidelização de clientes e parceiros de negócios, e a construção de uma imagem de empresa responsável e confiável.
Os Líderes, CEOs e Diretores desempenham um papel fundamental na gestão de crises, liderando e comunicando de forma autêntica para inspirar confiança. Eles devem se envolver na resposta à crise, apoiar as equipes de Relações Públicas e comunicar mensagens-chave.
Promover uma cultura de comunicação proativa e prevenção de crises requer investimento em treinamento e conscientização em toda a organização. Isso inclui educar os funcionários sobre como reconhecer potenciais crises, comunicar regularmente políticas e procedimentos de crise, e promover transparência e responsabilidade.
Também é essencial estar atento a tendências emergentes nas Relações Públicas, como o uso de Inteligência Artificial na análise de dados de mídias sociais, a crescente importância da responsabilidade social corporativa e as mudanças nas expectativas do público em relação à transparência e autenticidade.
Resumidamente, a gestão de crises e a preservação da reputação institucional são fundamentais para o desenvolvimento e sustentabilidade dos negócios a longo prazo. Não subestime o papel crítico das Relações Públicas nesse contexto. Seja proativo e esteja preparado, porque a próxima crise pode estar a apenas um clique de distância.
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