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O alto custo do silêncio corporativo

Confira o artigo assinado por Marcio Martins, Sócio-Diretor da Co Work Comunicação, no qual o autor enfatiza a importância da comunicação eficaz no ambiente corporativo e destaca o déficit de porta-vozes preparados para representar marcas. Ele também argumenta que o treinamento deles é crucial para moldar narrativas, influenciar percepções e manter a confiança e lealdade do público

No mundo empresarial acelerado e interconectado de hoje, a habilidade de comunicar eficazmente não é apenas uma ferramenta valiosa - é uma necessidade absoluta. À medida que as empresas se esforçam para navegar por mercados cada vez mais competitivos, a capacidade de transmitir ideias, valores e objetivos de forma clara e convincente pode ser o diferencial entre o sucesso exemplar e o esquecimento irrelevante.

No entanto, uma lacuna crítica persiste no cerne de muitas organizações: porta-vozes adequadamente preparados para representar suas marcas perante o público e a imprensa. Este déficit não apenas mina o potencial de crescimento das empresas, mas também representa um custo oculto colossal, cujas ramificações vão muito além das perdas financeiras imediatas. As consequências podem ser variadas e englobam desde a perda de oportunidades de mercado devido a mensagens mal articuladas até o dano à reputação corporativa por respostas inadequadas em momentos críticos.

Ao longo de mais de vinte anos no mercado de Comunicação Corporativa, já perdi a conta de quantas oportunidades foram desperdiçadas em entrevistas que o próprio porta-voz não soube passar as informações de forma clara, e o essencial, não explorou as principais mensagens-chave, sobretudo no universo B2B.

Ao negligenciar o treinamento de porta-vozes, as organizações deixam de aproveitar um recurso inestimável: a capacidade de moldar narrativas, influenciar percepções e engajar-se efetivamente com seu público-alvo. Em momentos de crise, essa deficiência se torna ainda mais evidente, pois as empresas se veem incapazes de responder de maneira rápida e eficaz, exacerbando os impactos negativos.

Além disso, em uma era onde a transparência e a autenticidade são altamente valorizadas, a incapacidade de sustentar um diálogo aberto e sincero com jornalistas e o público pode colocar em xeque a confiança e a lealdade, elementos fundamentais para o sucesso a longo prazo.

Quando o assunto é Comunicação Corporativa, notícias boas e ruins necessitam de estratégias para serem transmitidas. A seguir preparei 10 boas práticas para melhorar a habilidade de falar em público:

 

1. Conheça seu público

Entenda quem são as pessoas para as quais você está falando, incluindo nível de conhecimento sobre o assunto, preocupações, interesses, valores, gênero e cultura. Isso ajudará a adaptar o discurso, a linguagem e o tom para algo mais formal ou descontraído, evitando gafes e elevando as chances de conexão com essas pessoas.

 

2. Prepare-se adequadamente

Com o tema central em mente, busque saber quais pontos o público-alvo espera que você aborde. Na sequência, planeje, organize e estude o seu discurso com antecedência. Prefira entender o assunto a simplesmente decorar. Isso vai facilitar caso precise responder perguntas inesperadas.

 

3. Pratique

A prática é fundamental para melhorar qualquer habilidade, inclusive a de falar em público. Dessa forma, ensaie o seu discurso várias vezes. É uma forma de elevar a sua familiaridade com o conteúdo e, consequentemente, aumentar a sua confiança.

 

4. Controle sua linguagem corporal

Mantenha uma postura ereta e aberta, ou seja, evite braços cruzados, mãos nos bolsos e gestos nervosos ou excessivos. Cuidado com cadeiras giratórias, que nos inspiram a girar o corpo de um lado para o outro, enquanto as muito confortáveis são inimigas da boa postura.

 

5. Preze pelo discurso acessível

Evite usar jargões complicados, linguagem excessivamente técnica ou palavras e expressões em inglês. Caso o uso dessas expressões seja mesmo necessário, tenha o cuidado de explicá-las na sequência, quando julgar que o público pode não as compreender.

 

6. Use exemplos e histórias

Sempre que possível, ilustre as explicações com fatos, personagens e dados reais e relevantes. Isso tornará seu discurso mais envolvente e fácil de entender. Só tenha cuidado para não expor pessoas, empresas e informações sem as devidas autorizações.

 

7. Ouça atentamente

Ouça atentamente cada pergunta e, sempre que necessário, certifique-se de que entendeu o que foi questionado antes de iniciar a resposta. Ao final, verifique se o interlocutor entendeu a mensagem. Isso, além de elevar a qualidade da conversa, demonstra que você valoriza a interação com sua audiência.

 

8. Não perca a sua autenticidade

Coloque-se no lugar do seu público e tente ver as coisas da perspectiva do grupo, mas não perca a sua autenticidade. Tudo bem, por exemplo, sentir um pouco de nervosismo ou desconforto. Não há necessidade de que tudo seja perfeito.

 

9. Peça avaliação do seu desempenho

Após a sua apresentação, converse com alguém de sua confiança para entender quais foram os pontos positivos da experiência e o que poderia ter sido melhor. Se possível, faça uma pesquisa, também, com o público. Isso te ajudará a aprimorar sua habilidade de falar em público.

 

10. Continue aprendendo

Assim como outras habilidades, falar em público é algo possível de ser aprendido, desenvolvido e aprimorado. Dessa forma, sugiro que sempre se coloque na posição de aprendiz com relação ao tema. Isso só vai agregar pontos positivos à sua trajetória.

 

Ao reconhecer e abordar a importância crítica de desenvolver porta-vozes habilidosos, as empresas não apenas protegem seu patrimônio e reputação, mas também abrem novas frentes de crescimento, inovação e liderança no cenário global. A jornada em direção a uma comunicação mais eficiente e impactante começa com o entendimento de que, no silêncio, reside um custo que as empresas não podem se dar ao luxo de ignorar.

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