Pelo acordo firmado com o Ministério da Saúde, entre as gestões de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, a Dasa vai construir o maior centro de diagnóstico particular a serviço do SUS, dobrando a capacidade de exames para a Covid-19
Em seu primeiro pronunciamento, gravado e divulgado no dia 20 de abril, o ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou que o Brasil vai dobrar o número de testes para COVID-19, assim como a capacidade de processamento de exames, pulando de 24 milhões para 46 milhões de testes. Ele também anunciou um contrato do governo com o laboratório Dasa para o processamento de 30 mil testes por dia, até o limite de 3 milhões de exames. Esse contrato, que teve licitação dispensada com base na lei 13.979/2020, sobre medidas de emergência para combater a pandemia, teve seu início, na verdade, a cerca de um mês, ainda na administração de Luiz Henrique Mandetta, num dos últimos atos de sua gestão.
Preocupado com a defasagem dos números relativos aos infectados pela Covid-19, o então ministro convocou os maiores laboratórios do País para uma espécie de “esforço de guerra”, pelo qual se atingiria os 46 milhões de testes nos próximos seis meses, entre PCRs e testes sorológicos, que detectam a resposta imune do organismo contra o vírus. Na oportunidade, foram apresentadas ao ministro as enormes limitações enfrentadas pelo País para que tal objetivo fosse alcançado, entre elas a falta de reagentes químicos e a necessidade de importação de equipamentos para o processamento dos testes. Mandetta se propôs a buscar recursos e meios para viabilizar a iniciativa, desde que as empresas se dispusessem a colaborar com o Governo, abrindo mão de lucro e e apresentando projetos a preço de custo. Resultado: apenas a Dasa topou o negócio.
Como consequência do acordo, o ministério buscou outras parcerias junto à iniciativa privada. A Vale, por exemplo, como já noticiado neste JCC, utilizou sua estrutura para trazer da China insumos para o combate à pandemia. Porém, com a deterioração das relações entre o Governo Federal e o Ministério da Saúde, todo o processo entrou num compasso de espera e, com Luiz Henrique Mandetta demitido, logo ao assumir o cargo o agora ministro Nelson Teich finalizou as negociações.
Um novo Centro de Diagnóstico
Com o acordo firmado com o governo, a Dasa, maior empresa de diagnósticos do Páis e que detém as marcas Delboni e Lavouissier, entre outras, passou a construir um novo laboratório no bairro de Alphaville, entre os municípios de Barueri e Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Batizado de Centro de Diagnóstico Emergencial,
receberá equipamentos de testagem em comodato do sistema público, e a empresa bancará, além da construção, com a infraestrutura e mão de obra, que pode envolver até 200 profissionais. Os testes de PCR, que detectam partículas do vírus, vão priorizar pacientes com sintomas leves e as amostras virão exclusivamente do SUS – Sistema único de Saúde.