Logo Logo Logo Logo Logo

Gotas que salvam vidas

Comemorado em 25 de novembro, o Dia Nacional do Doador de Sangue visa reforçar a importância do ato de doar e sensibilizar a população sobre essa atitude que pode salvar vidas. Com a chegada do final do ano, os estoques de sangue costumam cair, o que torna necessário um maior volume de doações, e faz deste um momento ideal para lembrar que um único gesto é capaz de beneficiar até quatro pessoas

Divulgação

No Brasil, em 2023, mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e o Ministério da Saúde registrou 1,6% da população brasileira como doadora

Neste dia 25 de novembro é comemorado o Dia Nacional do Doador de Sangue. A data tem por objetivo reforçar a importância da doação e sensibilizar a população sobre essa atitude que pode salvar vidas. O mês de novembro foi escolhido estrategicamente, uma vez que antecede o período em que os estoques de sangue costumam baixar devido às férias, festas de fim de ano e Carnaval, tornando-se, portanto, o momento ideal para lembrar que um único gesto é capaz de beneficiar até quatro pessoas.

Para exemplificar como se dá esse fluxo, um adulto tem em média cinco litros de sangue e, na doação, são coletados, no máximo, 450ml. A quantidade é separada em diferentes componentes – como hemácias, plaquetas e plasma – os quais serão distribuídos para atender os hospitais. No geral, o sangue doado é utilizado em pacientes com doenças hematológicas e câncer, em pessoas que passam por cirurgias de grande porte e para emergências.

Para o Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, datas como o Dia Nacional do Doador de Sangue são imprescindíveis para chamar a atenção da população para o ato de doar. “Campanhas como esta deveriam, na verdade, ocorrer mais vezes ao longo do ano. Muitas pessoas deixam de doar por falta de conhecimento sobre a segurança do procedimento ou mesmo por não terem dimensão da relevância deste gesto”, conta o Presidente.

 

Cenário brasileiro

No Brasil, em 2023, mais de 3,2 milhões de bolsas de sangue foram coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS) e o Ministério da Saúde registrou 1,6% da população brasileira como doadora. Trata-se de um dado interessante, uma vez que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é que cada país tenha uma população doadora entre 1% e 3%. No entanto, cada região deve avaliar a melhor porcentagem para atender as demandas locais.

Atualmente, o País conta com 2.097 serviços de hemopatia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais), sendo que uma das estratégias da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados é fortalecer as estruturas de serviços, como a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Até março deste ano, foram realizadas mais de 730 mil doações.

 

Critérios para doar

Ser um doador é fácil. Pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Basicamente, para isso, precisam pesar no mínimo 50 quilos e apresentar um bom estado de saúde. No dia da doação, é preciso estar descansado, não ter ingerido bebidas alcóolicas 12 horas antes do procedimento e não estar em jejum. No caso dos homens, é possível fazer até quatro doações ao ano, com intervalos mínimos de dois meses. As mulheres, por sua vez, podem fazer até três doações anuais, com intervalos de três meses entre cada uma.

O aplicativo ‘Hemovida’, integrado ao ‘Meu SUS Digital’, tem um papel bastante importante na informação das regras de doação de sangue no SUS. Ele pode ser usado por qualquer pessoa e conta com diferentes funcionalidades, como regras para doar sangue, campanhas e doação autodeclarada, e geolocalização dos serviços homeopáticos”, explica o Presidente da Anadem.

 

Doadores têm benefícios

Para aumentar ainda mais o número de doadores, existem alguns benefícios assegurados a quem doa – entre eles, um dia de folga, sem descontos ou penalidades.

Outra novidade é que os doadores agora contam com um atendimento preferencial em diferentes estabelecimentos, como bancos e serviços públicos, conforme a Lei nº 14.626 de 2023. Para usufruir desse benefício, o doador deve apresentar o comprovante de doação com validade de 120 dias. Entretanto, é importante ressaltar que a prioridade se dará após o atendimento de todas as pessoas com deficiência, conforme a Lei nº 10.048 de 2000, e de novos grupos inseridos, como autistas e pessoas com mobilidade reduzida.

O jornalista paulistano Vinícius Lima começou a doar sangue em 2023, após ser motivado por uma campanha da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Desde então, procura fazer a doação a cada dois meses. “A próxima será em dezembro, período que geralmente se precisa mais pelo fato de os estoques de bolsas de sangue nos hemocentros ficarem reduzidos por conta das festas de final de ano. É importante conscientizar a população sobre esse período. O ato de doar é prazeroso, faz bem para a alma”, enfatiza Vinícius.