Estudo da Kantar indica que a partir da quarentena da Covid-19, Centennials e Millennials aumentaram suas compras online e esperam aumentar seus pedidos de e-commerce
Pesquisa realizada pela Kantar, empresa com sede no Reino Unido, Divisão de Pesquisa de Mercado, Insights e Consultoria da WPP, e que deu origem ao Barômetro COVID-19 revela a preocupação dos brasileiros em relação à Covid-19. Os dados indicam que a população espera que as marcas sirvam de exemplo e guiem para a mudança (25%); que sejam práticas e realistas e ajudem consumidores no dia a dia (21%); que ataquem a crise e demonstrem que ela pode ser derrotada (20%); que usem seu conteúdo para explicar e informar (18%); que reduzam a ansiedade e entendam as necessidades dos consumidores (11%) e, por último, que sejam otimistas e pensem de formas não convencionais (3%).
A pesquisa também questionou que tipo de publicidade deve continuar sendo feita pelas marcas brasileiras: mais de 80% dos entrevistados concordam completamente que elas devem comunicar principalmente seus esforços para enfrentar a situação e sobre como podem ser úteis nesse novo dia a dia, assim como evitar explorar a situação do coronavírus para promover suas marcas.
Outro aspecto abordado pelo Barômetro Kantar COVID-19 foi a influência do coronavírus nas atitudes, comportamentos e expectativas de pessoas em mais de 50 mercados, revelou como os jovens das gerações Centennials, ou Geração Z, (nascidos entre 1995 e 2010) e Millennials, ou Geração Y, (nascidos entre 1980 a 1995) se diferenciam das faixas etárias seguintes.
Segundo o estudo, 48% dos integrantes dessas gerações acreditam que as marcas precisam servir de exemplo e guiar a mudança, contra 31% dos chamados Baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964 Outros 35% deles esperam que as marcas usem seu conhecimento para explicar e informar seus consumidores, contra 28% dos Baby boomers. “Isso revela que em comparação com outras gerações, os jovens adultos têm uma expectativa maior de uma participação mais proativa das marcas na sociedade”, afirma Valkiria Garré, CEO de insights da Kantar Brasil.
Comportamento digital, consumo de mídia
Os Centennials e Millennials saem na dianteira como as gerações que aumentaram suas compras online em decorrência da COVID-19 (39%) em relação a população geral (32%), entre os nascidos entre 1965 e 1984, ou Geração X, (30%), e os Baby boomers (24%). Entre eles, 47% esperam aumentar seus pedidos de e-commerce em relação ao mês anterior (apenas 25% dos entrevistados Baby boomers farão o mesmo).
Essas duas gerações – Centennials e Millennials – também se destacaram no uso de todas as redes sociais, sendo que a novata TikTok mostrou um crescimento expressivo desde o início da pandemia. “Com os desafios que geram engajamento em massa e viralizam, o TikTok se tornou uma forma de entretenimento rápido e de socialização digital em tempos de isolamento social”, afirma Valkiria Garré. “Mas YouTube e Instagram ainda continuam líderes devido ao crescimento de transmissões ao vivo (lives) que incluem treinamento virtual, receitas de culinária e, claro, os shows de música.”
Já o consumo tradicional de mídia doméstica, assim como o online, cresceu significativamente durante a quarentena, principalmente entre os mais jovens: 63% dos Centennials e Millennials consumiram mais TV tradicional depois da Covid-16, 58% começaram a consumir mais TV streaming, e 77% passaram a assistir mais vídeos online em diferentes plataformas. Comparativamente, 56% da população geral e 22% dos Baby boomers consumiram mais TV tradicional depois da COVID-19; enquanto que 51% da população geral e 39% dos Baby boomers começaram a consumir mais TV streaming, e 67% da população geral e 48% dos Baby boomers passaram a assistir mais vídeos online em diferentes plataformas.“Os hábitos de consumo de mídia digitais das gerações mais jovens se acentuaram consideravelmente com o distanciamento social. Mas é interessante ver que eles também recorreram à TV tradicional como fonte de entretenimento e informação”, diz Valkiria.
Em contrapartida, os Baby boomers entrevistados não deixaram a nova rotina mudar sua dieta: apenas 25% se preocuparam menos com a dieta durante a quarentena enquanto que 38% dos Centennials e Millennials se descuidaram nesse ponto. Dessas gerações mais jovens, 55% delas passaram a fazer mais lanches ao longo do dia, enquanto que entre os Baby boomers brasileiros 44% fizeram o mesmo.
Isso não impediu, porém, essas gerações mais jovens de entrar na cozinha: 61% estão tentando novas receitas durante a quarentena. Em comparação, 58% da população geral e 49% dos Baby boomers brasileiros fizeram o mesmo. “Não é à toa que estamos vendo um boom de conteúdo sobre receitas e comidas nas redes sociais. Esse movimento leva ao engajamento e cria uma conexão com as pessoas que estão distantes em tempo de quarentena”, afirma Valkiria.
A pesquisa que deu origem ao Barômetro COVID-19 foi realizada online com 500 brasileiros com 18 anos ou mais entre os dias 13 e 16 de março (primeira onda), 27 e 31 de março (segunda onda) e 13 a16 de abril de 2020, terceira onda, que já revelava uma grande preocupação com o coronavírus entre 80% dos brasileiros.
A versão completa conta com 17 questionamentos sobre hábitos dos entrevistados relacionados à pandemia. Ele foi feito em 30 mercados com mais de 25 mil consumidores. Entre os temas abordados estão: atitudes dos consumidores; hábitos de mídia; hábitos de viagem; impacto nos comportamentos de compra online e off-line; e expectativas em relação às marcas.