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Ana Lima: “O surgimento de novos modelos de negócio impulsiona a diversificação dos serviços oferecidos pelas agências. Há, inclusive, funções ainda sequer completamente definidas”
A maré está para peixe, para pescador, para surfista e para navegação. O mercado achou seu rumo no que ainda podemos chamar de pós-pandemia. E que seja esta a minha última análise falando desse fatídico momento de realinhamento de fees, de modelos de negócio e formas diferentes de trabalho, além do comportamento do consumidor. Por alguns meses, muitos precisaram boiar, para só então voltarem a nadar de braçada. Permita-me uma última comparação com o mar, fazendo referência ao megainvestidor Warren Buffet: “Só quando a maré seca é que você descobre quem estava nadando nu». Pronto! Entramos em outra fase.
Pelo Nordeste, capitais como Recife, Fortaleza e Salvador consolidam-se como referência em tecnologia da informação, inovação e criatividade. O interior também se destaca: Petrolina (PE), Caruaru (PE), Feira de Santana (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sobral (CE) e Crato (CE) são algumas praças cujo desenvolvimento econômico demanda serviços diversos de comunicação, cada vez mais entrelaçados de forma estratégica. Empresas cujas sedes estão no Sudeste entendem a diversidade cultural e a necessidade de uma comunicação que respeite essa cultura, gerando uma conexão mais genuína com o público.
Existe uma fortíssima demanda por comunicação nas empresas, e eis o imenso oceano azul pela frente. O que antes pertencia ao escopo exclusivo de empresas de relações públicas ou recursos humanos, por exemplo, foi se desenvolvendo nas agências: implementação de processos de comunicação, estabelecimento de canais com os públicos, treinamento para atendimentos, videoaulas, roteiro de vendas, entre tantos outros, embarcados no círculo da comunicação. Tudo isso sem falar nas fronteiras da publicidade e relações públicas, que já se inter-relacionam há bastante tempo. Tudo é comunicação.
O surgimento de novos modelos de negócio impulsiona a diversificação dos serviços oferecidos pelas agências. Haja estrangeirismo para batizar o que antes não existia. Há inclusive funções ainda sequer completamente definidas. O especialista tem seu espaço. O profissional com múltiplas.
habilidades, também. O interessante a pontuar é que serviços tradicionais ainda permanecem no cardápio das empresas: assessoria de imprensa e gerenciamento de crises de reputação continuam sendo essenciais, notadamente para os segmentos de saúde, varejo, construção, educação e jurídico, que têm grandes demandas de comunicação com o público.
Oferecer soluções integradas e personalizadas é o desafio constante nas agências de comunicação. Outra peleja nesse cenário é a harmonização de três gerações trabalhando juntas. Se fosse apenas uma troca de visões e habilidades de pessoas de diferentes idades, seria fácil a missão. Porém, há uma problemática mais delicada nisso tudo, sobre a qual vou falar e correr: como coordenar o trabalho de pessoas de gerações tão diferentes? A “X”, que acredita que “o trabalho dignifica o homem”; a “Y” (os millennials), rotulada pela Times como a geração do “eu-eu-eu”, mas que nos ensina que há vida além do trabalho; e a “Z”, cujo tempo de atenção é raríssimo e parece ainda não ter se adaptado ao mercado.
Para onde vamos? Não sei. Sei que temos que continuar caminhando. Como disse Fernando Pessoa, “quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor”.