Segundo o estudo, as redes sociais foram, disparado, o canal que recebeu maior aporte durante a pandemia, com 55% das respostas, seguido das mídias tradicionais, como jornais e emissoras de rádio e TV (8%); Google (7%); E-commerce, inbound marketing (conteúdo) e assessoria de imprensa/relações públicas, com 5% cada
A Covid-19 teve grande impacto para a maior parte das empresas do Paraná, reduzindo, em 67% delas, em mais de 75% ou até mesmo cancelando a realização de eventos, inaugurações e estratégias de lançamento de produtos agendados para o primeiro semestre deste ano. Em 49%, houve redução de mais de 50% no faturamento entre março e abril.
Esses e outros dados foram revelados por uma pesquisa realizada pela agência de comunicação corporativa Central Press durante o mês de maio, com 270 profissionais - CEO’s (38%), diretores (27%), gerentes de comunicação corporativa (21%) e outros cargos - em empresas que atuam no Paraná. O levantamento teve como objetivo avaliar o impacto da pandemia nas iniciativas das marcas e as perspectivas para 2020, em termos de ações e investimentos em comunicação.
Por outro lado, a crise também trouxe oportunidades no ramo da comunicação. Em torno de 35% das corporações com atuação no estado mantiveram, nos primeiros seis meses do ano, - e pretendem manter no segundo semestre - os investimentos em comunicação digital. E quase 30% delas manterão o aporte financeiro em mídia tradicional, sendo que 16% se dizem propensas a aumentá-lo no segundo semestre. No entanto, durante a pandemia, 37% dos entrevistados disseram que a redução de verba para comunicação (no geral) está sendo de 75% ou mais.
"Com menos recursos, os gestores passaram a investir ainda mais no digital", conta a sócia-fundadora da Central Press, Lorena Nogaroli. Segundo o estudo, as redes sociais foram, disparado, o canal que recebeu maior aporte durante a pandemia, com 55% das respostas, seguido das mídias tradicionais, como jornais e emissoras de rádio e TV (8%); Google (7%); E-commerce, inbound marketing (conteúdo) e assessoria de imprensa/relações públicas, com 5% cada. De acordo com os entrevistados, a estratégia mais assertiva, do ponto de vista comercial, foi o WhatsApp (31%), seguido de conteúdo nas redes sociais (27%), assessoria de imprensa e relações públicas (14%), campanhas no Google (7%) e inbound marketing (6%).
A pesquisa mostra que a Covid-19 afetou profundamente o planejamento das empresas, sendo que, das ações planejadas para abril, maio e junho deste ano, 32% foram canceladas e 36% dos entrevistados foram obrigados a reduzir o número de eventos em mais de 75%. No entanto, a maioria (83%) pretende retomar os eventos presenciais ainda em 2020 e aumentar a presença digital, adaptando-se ao chamado “novo normal”.
O estudo apontou que o novo coronavírus já alterou a lógica de muitos negócios e interferiu diretamente nas estratégias de comunicação. “Como já presenciamos em outras crises, alguns empreendimentos serão profundamente impactados - podendo até desaparecer - enquanto outros vão crescer e alguns novos surgirão. Mas, desta vez, as rupturas serão um pouco mais rápidas e bruscas”, projeta Lorena.
Gestão de Crises
Outra ação alavancada por conta da Covid-19 foi a criação de comitês de gestão de crises de imagem. De acordo com o levantamento, 47% das companhias possuem, mas 34% delas criaram o comitê apenas no início da pandemia. Das que ainda não possuem (53%), 26% pretendem implementar nos próximos doze meses e 8% imediatamente.
Segundo o sócio da Central Press, Claudio Stringari, muitas empresas criaram o comitê por necessidade, devido a um problema “real” que surgiu. “Dizemos que alguns aprendizados acontecem ‘na dor’. E já vi comitês serem criados apenas quando a reputação da marca já estava começando a ser afetada. Mas eles são imprescindíveis nesse mundo mais conectado e veloz. Qualquer negócio precisa avaliar suas vulnerabilidades e estar pronto para as crises, pois é nesse momento que o mercado seleciona quem deve ou não continuar existindo”, ressalta.
Para Stringari, a pandemia não acabará quando acabar o isolamento ou quando a vacina for descoberta. “Seus efeitos ainda vão perdurar e as marcas que forem mais ágeis, criativas e, sobretudo, humanas, sobreviverão. Nesse cenário, a comunicação continuará sendo uma ferramenta muito importante para as companhias sobreviverem, mostrando suas ações e estratégias para um público cada vez mais crítico e participativo no dia a dia das marcas. Ou seja, o distanciamento físico obrigou as empresas a se aproximarem e a conhecerem de verdade seus clientes”, alerta.
Outros dados
A pesquisa apontou ainda que os conteúdos com dicas de saúde estão sendo os mais usados pelas marcas durante a pandemia, ao lado dos materiais sobre atributos de produtos e de ações sociais relacionadas ao novo coronavírus.
Outra questão foi sobre a expectativa de lançamentos de produtos e serviços nos próximos 12 meses: 35% pretendem lançar mais que o planejado e 17% vão manter o planejamento. Por outro lado, 26% vão reavaliar a estratégia e 11% desistiram dos lançamentos que estavam programados.
Em termos de ações de responsabilidade social, 70% delas foram ampliadas ou mantidas durante a pandemia, sendo que a maior parte delas é voltada a doações, prestação de serviços e voluntariado.
A pesquisa completa pode ser conferida neste link: https://www.centralpress.com.br/pesquisa-mostra-impacto-da-pandemia-na-comunicacao-empresarial-do-parana/