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Como falar com cada um e com todos ao mesmo tempo?

Divulgação

Marci Ducat:sociedade mais diversa e plural, os movimentos inclusivos, os questionamentos sobre padrões até há pouco tempo aceitos como regras imutáveis transformam de forma radical a maneira com que as marcas precisam se comunicar

Depois dos anos de incerteza no período pós-pandemia, o mercado da comunicação corporativa voltou com tudo em 2023 e as demandas tornaram-se cada vez mais urgentes e complexas. Essa complexidade revela-se tanto em maiores exigências sobre as métricas que men­suram o impacto das ações, quanto na variação nos formatos de comunicação e principalmente na diversidade do público, que requer cada vez mais uma comunicação individualizada. Ao mesmo tem­po, é desnecessário lembrar que a aceleração da rotina de tudo e de todos já não é mais uma novi­dade, assim como a exigência de retornos imedia­tos para qualquer demanda.

Interessante observar que essas característi­cas que se acentuaram, e tendem a crescer ainda mais, nada mais são do que um reflexo das mu­danças de comportamento da sociedade, e não necessariamente um movimento decorrente de razões econômicas ou de mercado. A sociedade mais diversa e plural, os movimentos inclusivos, os questionamentos sobre padrões até há pouco tem­po aceitos como regras imutáveis transformam de forma radical a maneira com que as marcas preci­sam se comunicar.

Ao transmitir mensagens para um público tão di­verso, em nichos tão pulverizados, as empresas e en­tidades estão tendo que se desdobrar em cuidados na linguagem, nos canais escolhidos e, mais do que isso, de intuírem que não existe comunicação de massa que se adeque de forma automática aos mais variados per­fis das pessoas que formam o público receptor.

Some-se a isso o fato já consolidado de que as empresas devem ouvir e agir de acordo com esses inputs tanto quanto ou ainda mais do que simplesmente transmitir de forma unilateral suas mensagens. E vem daí um universo ainda mais complexo, em que as agências e profissionais de comunicação têm que navegar.

Quem se adaptou a essa forma de comunica­ção customizada na raiz, e não apenas no discur­so superficial que tenta atingir a todos ao mesmo tempo, foi quem sobreviveu e cresceu nesse com­petitivo mercado da comunicação.

O segredo para isso é adaptar os canais à rápida análise individualizada das demandas. E responder de forma ágil já não é mais suficiente. É necessário empatia, o oferecimento de ações concretas para remediar eventuais problemas e também a clareza nas informações concedidas por todos os meios.

Nesse contexto, as tecnologias disponíveis po­dem e devem contribuir para a leitura das neces­sidades de cada indivíduo, de acordo com o seu perfil, para auxiliar os profissionais a alcançarem uma comunicação customizada. Somente com o auxílio dessas ferramentas haverá a possibilidade de adaptação dessa individualização para a comu­nicação que necessita atingir milhares ou milhões de pessoas de forma customizada ao mesmo tem­po. Nesse caso, os algoritmos e a inteligência arti­ficial são excelentes parceiros.

Esse braço mais que bem-vindo e necessário da tecnologia, no entanto, não vai substituir a boa e velha estratégia e pulso dos profissionais da co­municação. Há que se lembrar que o olhar huma­no e a visão que envolve dados subjetivos como a emoção também são itens para os quais ainda não se encontra substituição que não seja o cérebro e a sensibilidade humana