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Fabiana Macedo: Em 2024, a IA continuará a desafiar a comunicação corporativa, oferecendo ainda mais possibilidades para automação inteligente, criação de conteúdo superpersonalizado e insights analíticos profundos. Os profissionais devem posicionar-se como curadores de conteúdo e estrategistas digitais
Em 2023, a aceleração tecnológica ganhou tração e acelerou vertiginosamente, com a facilitação do acesso às ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, o que colocou na mesa importantes desafios para o setor de comunicação corporativa. Entender o momento e apostar na inovação são ingredientes servidos no café da manhã, no almoço e no jantar na Punto Comunicação, que completou 13 anos trabalhando muito próxima do mercado de tecnologia.
Por isso, o tema da inteligência artificial já estava mapeado em nosso radar. Inúmeras iniciativas nesse campo já se encontravam em estado bastante avançado. A mudança que causou grande repercussão foi a possibilidade de qualquer pessoa com acesso à internet e capaz de redigir um prompt conseguir respostas em texto, imagem e vídeo, ainda imperfeitas, mas muito mais consistentes do que se poderia imaginar, suscitando perguntas de toda sorte. Desde o “posso confiar nessa resposta?” até o “será que vou perder meu emprego?”, passando pelo “como será que posso aumentar minha produtividade com essas ferramentas?”
ChatGPT e outras inovações da IA generativa passaram a ser servidos junto com o cafezinho das agências e dominaram a pauta das salas de reunião. A expressão IA passou a reluzir para clientes dos mais diversos setores e a ser usada como meio de atrair atenção e tornou-se um passaporte para pautas geradas por empresas de vários campos de atuação. Além, naturalmente, do segmento de tecnologia, iniciativas nas áreas de saúde, educação, segurança e finanças passaram para o lead suas conexões com a inteligência artificial.
Não é à toa. O potencial disruptivo talvez supere o do lançamento e popularização dos smartphones e a incorporação da mobilidade ao dia a dia corporativo. Nas agências que conseguem reagir rapidamente à mudança de contexto, as ferramentas de inteligência artificial já automatizam tarefas, em especial as repetitivas, personalizam mensagens em escala e decifram complexos padrões de engajamento do consumidor. Abriram novas possibilidades para a criatividade e o engajamento estratégico. É claro que é preciso redobrar as tarefas de checagem, rever e aperfeiçoar conceitos de compliance e jamais perder de vista a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
É preciso ter clareza de que o maior potencializador da inteligência artificial é a inteligência natural. Tornam-se essenciais para os comunicadores corporativos competências como a habilidade de gerar diálogos significativos, baseados em dados, personalizados para diferentes públicos. Profissionais agora necessitam dominar ferramentas analíticas avançadas, estratégias de comunicação digital e gestão de plataformas múltiplas, posicionando-se como curadores de conteúdo e estrategistas digitais.
O trabalho com o velho press release perdura, mas o engajamento vem da forma ousada e criativa para dar a palavra às marcas. O ano de 2023 reiterou a premissa de que cada empresa é uma mídia em potencial, com a capacidade de narrar sua própria história e moldar a percepção pública. As agências de comunicação desempenharam um papel crucial para orientar organizações na articulação de suas vozes, garantindo que a comunicação seja não apenas consistente, mas também autenticamente engajadora.
Nesse contexto, nossa lição de casa de todo dia é harmonizar todo esse arsenal com a velha e boa criatividade, para levar aos clientes, às vezes assustados com o mercado em constante transformação, ações originais, sólidas e impactantes. Em 2024, a IA continuará a desafiar a comunicação corporativa, oferecendo ainda mais possibilidades para automação inteligente, criação de conteúdo superpersonalizado e insights analíticos profundos. Neste cenário, a capacidade do profissional de comunicação de inovar, adaptar-se e aprender continuamente será mais importante do que nunca. A jornada da inovação está longe de terminar.