É inevitável chegar perto da morte e não entrar na dimensão do sublime. Essa foi a grande descoberta da minha vida. A existência pra mim era ansiosa, e no futuro. O câncer me faz viver no presente.", afirmou o escritor em entrevista ao UOL, no último mês de março
O jornalista Gilberto Dimenstein, que vinha desde o ano passado lutando contra um agressivo câncer de pâncreas com metástase no fígado, não resistiu e faleceu na manhã desta sexta-feira, 29 de maio, em São Paulo/SP.
Paulistano e de origem judaica, Dimenstein se formou em jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, na capital paulista, e passou a ser considerado um dos maiores expoentes da profissão no País. Fundador do site Catraca Livre e presidente do Conselho da Orquestra Sinfônica Heliópolis, ele deixa um legado de 13 livros publicados, que lhe renderam vários prêmios literários, além de uma brilhante carreira que inclui passagem de 28 anos pela pela Folha de S.Paulo, outras pela Veja e CBN.
Dono de uma narrativa singular e que traduzia totalmente sua personalidade, no último ano Gilberto concedeu várias entrevistas onde abordou seu estado de saúde, com humor, racionalidade e a certeza de que travaria enorme batalha contra a doença. Ele deixa dois filhos, Marcos Dimenstein e Gabriel Dimenstein, a esposa, Anna Penido, e um neto.