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Tempo de causas e de causar

Divulgação

Patricia Marins: "Cenário é marcado pela ubiquidade da tecnologia"

É normal para as agências estar sempre em busca de inovação e superação. Clientes esperam que seus profissionais, assim como os mágicos que tiram coelhos de cartolas, tenham sempre à mão a solução de comunicação genial e infalível, capaz de melhorar a imagem institucional, garantir legitimidade, aumentar vendas, conquistar endossos, causar, bombar, viralizar conteúdos na rede. Tudo isso com o maior ROI (Return On Investment) possível.

Se já era difícil em situações de normalidade, o contexto político e econômico de 2015/2016 demonstra que superação e inovação são conceitos gêmeos e compostos por elasticidade ímpar.

 A crise interminável foi revelada num momento em que a comunicação é cada vez mais difusa e onipresente. O cenário atual é multimídia, marcado pela ubiquidade da tecnologia e saturado pela informação. Por isso é que sabemos que não dá mais para pensar soluções em gavetinhas, ou ações em mídias separadas. As fronteiras entre as várias mídias estão cada vez mais indefinidas. É preciso saber contar histórias, defender conceitos e transformá-los em causas.

 Trabalhar causas olhando para o futuro, que em muitas partes do mundo já é o presente. O desafio está em transformar ações rotineiras em causas criativas e convencer clientes que ainda estão com o olhar preso no passado a apostar na convergência da comunicação. É preciso fazê-los entender que as vias do futuro da comunicação corporativa, das relações públicas e das estratégias para o ambiente digital conduzem a modelos que pensam fronteiras dinâmicas, ações integradas, soluções que interagem umas com as outras.

 As maiores tendências mundiais de comunicação apontam no sentido de se trabalhar mais em causas e gestão de reputação. Buscar endosso a projetos embasados em valores sociais, em ideias, capazes de produzir sentido e agregar consistência. A configuração das redes sociais digitais favorece e conduz a esses apoios coletivos, à força do engajamento espontâneo em torno de causas. Lembremos do #jesuischarlie e de muitos outros sucedâneos.

Pegando emprestada a frase do maestro Tom Jobim quando disse que o Brasil não é um país para principiantes, 2016 em Brasília também exigirá muito de profissionais e das agências, que continuarão sendo desafiados a tirar coelhos virtuais e multimídias de cartolas. Somente com muita inovação e profissionalismo vamos conseguir nos reinventar, fornecer respostas e produzir sentido na mídia e no espaço público.

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