Divulgação
Lívia Caixeta: "Temos um mercado promissor a ser explorado"
Dos três estados da região Centro-Oeste do Brasil, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás - excluindo o Distrito Federal -, este último é que apresenta cenários mais maduros no que tange a comunicação corporativa. As facilidades de acesso e as oportunidades largamente oferecidas para todos os segmentos da economia influenciam diretamente nesta análise, visto que o MS e o MT ainda estão muito ligados ao agronegócio e pouco diversificam as atividades econômicas relevantes que, por sua vez, contribuíram para o desenvolvimento da comunicação corporativa. Apesar disso, os três estados trazem consigo, ainda muito forte, as grandes empresas familiares e, em sua maioria, ainda com poucos profissionais ocupando cargos estratégicos.
Por muito tempo, e hoje ainda, é este o maior desafio da comunicação corporativa em Goiás. Temos um mercado promissor, com muito a ser explorado, mas com barreiras difíceis de serem superadas para alcançarmos a valorização e a profissionalização da comunicação em médias e grandes companhias. Em muitos casos, o trabalho estratégico que um comunicador pode desenvolver fica restrito ao relacionamento que o dono da empresa possui com a imprensa local. Desta forma, áreas como a comunicação interna, institucional e com o público final ficam prejudicadas, ou simplesmente não existem.
Mas, nos últimos cinco anos um movimento renovador tem arejado as empresas. Uma nova geração está à frente da gestão e, dessa forma, proporcionando novas oportunidades. A comunicação, antes um serviço complementar, é encarada de maneira mais estratégica. Sobretudo em momentos de instabilidade financeira em que comunicar torna-se essencial para não cair no ostracismo. Saber falar a linguagem da nova geração, resguardando as particularidades do negócio da família, torna-se essencial nesse processo de convencimento.
Outro aspecto importante, e até inovador, é a maneira como os resultados da comunicação devem ser apresentados. Os números ainda são importantes, mas o impacto da informação começa a prevalecer. O goiano é naturalmente um ser desconfiado, convencê-lo do quão positivo um resultado pode ser é tarefa para alguns anos de construção.
Por este viés, o relacionamento do trabalho das assessorias em Goiás, em muitos casos, ganha o relacionamento pessoal. Vivemos em uma capital ainda provinciana nas relações pessoais. Conhecer a cidade, as pessoas que interessam e o público com quem se deseja comunicar entram para a estratégia e auxiliam na orientação do negócio. Ao mesmo tempo em que muitas empresas nascem em Goiás e ganham o Brasil, há um movimento de valorização do trabalho local, principalmente, motivado pela relação pessoal que pode se estabelecer com os dirigentes das empresas contratantes.
Neste cenário, muitas pequenas agências aparecem e se especializam, de maneira que da pequena a grande empresa consegue ser atendida por profissionais capacitados. Mesmo que a diferença em todos os aspectos da comunicação – planejamento, execução e resultado – ainda seja muito grande entre as agências que estão no mercado, é possível perceber o interesse pela profissionalização na área. E, desta forma, também será possível ampliar as possibilidades de um mercado promissor e que ainda vive sua infância.
Autor: 14