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Fora de serviço

Impactadas pela COVID-19, mais de 700 mil empresas brasileiras já fecharam as portas. De acordo com especialistas, a falta de planejamento estratégico é um dos fatores agravantes da crise

99,2% das empresas que fecharam as portas são de pequeno porte, sendo que 63,7% delas relataram dificuldades em realizar pagamentos de rotina antes mesmo do período da pandemia

De acordo com dados divulgados pelo IBGE no último dia 16 de julho, mais de 716 mil empresas brasileiras que estavam temporariamente fechadas até o início de junho foram obrigadas a encerrar definitivamente suas atividades. Entre os principais motivos de falência está a pandemia do novo coronavírus. Segundo os dados, que fazem parte da primeira edição da pesquisa “Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas”, a tendência é que este número chegue próximo a 1 milhão nos próximos meses.  

A pesquisa detectou, também, que 99,2% das empresas que fecharam as portas são de pequeno porte, sendo que 63,7% delas relataram dificuldades em realizar pagamentos de rotina antes mesmo do período da pandemia. Além disso, dados divulgados informam que apenas 13% das empresas em atividade tiveram acesso ao auxílio federal para pagar empregados, o que dificultou ainda mais a vida dos empresários.

Ao analisar o comportamento das empresas, principalmente daquelas de pequeno porte, o especialista em administração Milton Jaworski, fundador da Jaworski Consultoria Empresarial, aponta que o alto índice de falência é reflexo da falta de preparo dos empresários para enfrentar qualquer anomalia do mercado. “Olhando por trás da notícia, vemos empresas que não conseguiram trabalhar no ponto de equilíbrio, o famoso ‘vender o almoço para pagar a janta’. E isso é reflexo da falta de gestão”, comenta ele.

Para o especialista, o grande problema está na falta de expertise dos empreendedores brasileiros, que pecam em não buscar uma ajuda especializada. “Muitas pessoas colocam todas as suas economias em um negócio e acham que, com o pouco que tem de experiência, já podem obter sucesso”, explica. “É comum vermos gestores que não desenvolverem um planejamento estratégico – ou pior: até contam com o documento pronto, mas não o usam como o guia necessário. Sem uma estratégia bem definida, é impossível estabelecer os critérios certos para a sobrevivência”, afirma Jaworski.

O planejamento estratégico se tornou uma ferramenta de considerável valor agregado para as empresas no cenário econômico atual. “Entender as possibilidades futuras de seus negócios, mapeando riscos e fomentando oportunidades de crescimento, tem sido o grande desafio dos empreendedores que buscam sobreviver em seus mercados em um período de crise global. Nestes casos, a visão externa de uma consultoria empresarial pode ser o diferencial para o futuro da empresa”, completa o especialista.