O programa Conversa de Bar foi um dos últimos projetos que tive a oportunidade de dividir com o Paulino, ao lado de Patrick Ribeiro e Luiz Anversa
Hoje perdi um amigo. Paulo Vieira Lima, jornalista e radialista, faleceu na madrugada desta terça feira, vítima de um AVC. Minha história com o Paulinho, como ele era chamado pelos amigos, começou muito antes da gente se conhecer. Quando eu fazia o curso de radialista, no colégio C.A.R.M.O., na cidade de Santos, aliás, à época, o único centro de formação desses profissionais, tinha uma colega muito sorridente e comunicativa, que me acompanhava em um piano que existia no auditório da escola. Era a Maria, que mais tarde vim a saber, esposa do Paulinho. Depois fui trabalhar no Jornal O Dia, justamente para ocupar uma vaga deixada um outro jornalista, um certo Paulo que só vim a conhecer anos mais tarde, no Grupo de Assessores de Imprensa, do Sindicato dos Jornalistas, para onde fui levado a convite do Eduardo Ribeiro, meu sócio e parceiro de caminhada até hoje. A partir daí nossos caminhos se cruzaram por várias vezes e quis o destino que, no ano 2.000, o Paulo se juntasse a nós no projeto que transformou a antiga M&A Editora no que é hoje a Mega Brasil Comunicação. Foi um período de grandes realizações, grandes sonhos.
O Paulo sempre foi um camarada muito divertido, gozador, e não foram poucas as vezes que tivemos momentos hilariantes em meio à nossa trajetória juntos, o que tornava os desafios e as dificuldades que se impunham à nossa frente, empenhados que éramos na construção de uma marca, algo mais palatável, mais superável, até mesmo mais simples de se encarar. “Marcão, há de se ter elegância”, dizia o Paulinho. Fizemos coisas fantásticas, juntos, como a entrega do Prêmio Personalidade da Comunicação 2003, uma magnifica festa no Theatro Municipal de São Paulo, com direita a apresentação de espetáculo do Balé da Cidade, e coquetel servido no elegante foyer da centenária casa de espetáculos. Para a festa, tivemos que transportar todos os participantes do nosso congresso (o Prêmio fazia parte do evento), em ônibus fretados, do Centro de Convenções Rebouças até o Thetaro, no centro da capital paulista. Ao término da festa veio a pergunta: “e quanto faturamos?”. A resposta foi chocante: “nada”! Gastamos cada centavo na organização do evento, mas a festa foi histórica!
Assim era o Paulinho, um idealista, um sonhador, que com o seu conhecimento, cultura e simpatia, traduzida numa risada chacoalhada, contagiava a todos nós, envolvia todos nós. Era um entusiasta do projeto da Rádio Mega Brasil Online, com quem dividi, sonhos, angústias e muitas e muitas vezes, o microfone. Produzimos juntos o Reescrevendo a História, o Café Cultural e o Conversa de Bar, este último, um produto da casa feito por nós dois, em parceria com Luiz Anversa Sprovieri e Patrick Ribeiro. Mas o Paulinho se foi e não importa os cargos e as funções que ocupou, fosse no jornal O Dia, na rádio CBN, na Secretaria de Agricultura, na Puente Projetos de Comunicação, ou na Mega Brasil. Importa a história que deixou, as relações que construiu, o respeito e admiração que conquistou com a sua simplicidade, sua cultura, sua camaradagem e a sua gargalhada gostosa e debochada. Obrigado, Paulinho, por dividir com a gente um pedaço da sua história.
Marco Rossi