Um guia inédito estará disponível no mercado em setembro para facilitar os negócios entre as agências de comunicação corporativa e empresas de todos os setores. Até o momento, os clientes se viravam como podiam num mercado que dobrou de tamanho em dez anos e já atinge algo ao redor de mil agências. A nova ferramenta pretende ser uma espécie de "passo a passo" para ajustar as relações entre os dois os lados, apontando os tipos de serviços e o perfil da agência a ser contratada.
Um guia inédito estará disponível no mercado em setembro para facilitar os negócios entre as agências de comunicação corporativa e empresas de todos os setores. Até o momento, os clientes se viravam como podiam num mercado que dobrou de tamanho em dez anos e já atinge algo ao redor de mil agências.
A nova ferramenta pretende ser uma espécie de "passo a passo" para ajustar as relações entre os dois os lados, apontando os tipos de serviços e o perfil da agência a ser contratada.
Batizado de "Guia de Serviços e Boas Práticas em Contratação de Comunicação Corporativa", o manual foi desenvolvido a quatro mãos numa parceria entre a Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA).
O projeto exigiu um ano e meio de trabalho e passa pela última instância de avaliação dentro da Abracom. "Em seguida, será submetido ao crivo da ABA", informa Marta Dourado, diretora de parâmetros de mercado da Abracom e sócia fundadora da Fundamento Grupo de Comunicação. "Ainda teremos quatro meses pela frente para fechar todo o trabalho."
Os usuários desse tipo de serviço detectaram a necessidade de especializar profissionais na área de compras para negociar com seus fornecedores por se tratar de um mercado complexo. "É preciso formação específica para adquirir serviços de comunicação, que é bem diferente, por exemplo, de comprar um parafuso com uma especificação técnica. São serviços que não podem ser comprados com base apenas no preço, mas na qualidade daquilo que está sendo negociado", explica Marta.
A diretora da Abracom observa ainda que a dificuldade por parte das empresas em estabelecer uma comparação entre qualidade e preço foi o que chamou a atenção das associações, incentivando a elaboração do guia. "Esse é o principal gargalo do setor", afirma.
O guia exigiu um "inventário nacional dos serviços oferecidos e de diferentes nomenclaturas" a partir de uma amostra de 90 agências de todos os Estados brasileiros. Foram realizadas 15 entrevistas com agências de diferentes portes para identificar todas as atividades incluídas em cada serviço.
"É o primeiro guia nessa linha. O objetivo é ser uma ferramenta de recomendações e referência na contratação de serviços e produtos na área de comunicação, tornando o relacionamento mais eficaz no dia a dia", acrescenta Nadja Sasson, gerente de comitês da ABA, associação que reúne 300 empresas.
Marta, da associação das agências de comunicação, explica que o projeto exigiu o envolvimento de cerca de 30 profissionais de ambas as associações.
Depois do mapeamento, o segundo passo foi contratar o professor Luiz Alberto Faria, acadêmico em comunicação que tornou o guia mais "homogeneizado". "É um serviço identificado com assessoria de imprensa, mas as agências fazem mais que isso", afirma.
Em setembro, explica Marta, o guia estará no mercado com o "passo a passo de todo o processo de contratação de uma agência e como definir a lista de agência, entre outros detalhes".
O guia traz desde orientações práticas para facilitar o processo de compra até avaliação de propostas. "Desenvolvemos alguns modelos para ajudar os compradores a fazer análise, passando por todas as etapas do processo, desde modelo de contrato até remuneração dos serviços", detalha.
Uma das críticas feitas pela sócia fundadora da Fundamento diz respeito à maneira como as agências conduzem seus processos no Brasil. "Aqui as empresas não têm a cultura de passar feedback para o fornecedor. No exterior, depois da escolha, o grupo conversa com as agências excluídas, separadamente, e esclarece quais os pontos que precisam ser melhorados dentro da agência", diz Marta.
Autor: Rosangela Capozoli