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Monitoramento de redes sociais ainda é pouco explorado

O mês de junho de 2013 foi um marco no Brasil real e no virtual. Com as manifestações populares pelas ruas e na internet, muitos executivos ligaram o sinal de alerta para um universo relativamente novo e em constante mutação: as redes sociais. Os diretores da Máquina da Notícia viram o fenômeno surgir e se materializar da janela da agência, na avenida Paulista. Um pouco mais longe do burburinho, na avenida Brigadeiro Faria Lima, também em São Paulo, a equipe da CDN registrou o aumento do interesse por ferramentas que acompanhassem o que se passava na web para entender o que acontecia nas ruas.

A surpresa de todos não resultou, entretanto, em um ingresso maciço nas redes sociais. "As empresas ainda não despertaram para as mídias sociais. Ainda se comportam mais como espectadoras", diz Fernando Pesciotta, vice-presidente da CDN na área de Análise e Pesquisa. A menor diligência pode ser observada, inclusive, nos indicadores de negócios da agência.

O indicador da CDN que monitora a mídia tradicional tem mais do que o quádruplo de clientes do que o mesmo produto específico para mídias sociais. O Índice de Qualidade da Exposição na Mídia (Iqem), criado em 2003, tem 27 clientes atualmente. O Iqem-S - sendo o S de social - possui seis clientes. Foi lançado há três anos.

Pelo Iqem-S, a CDN avalia a relação dos internautas com as marcas dos clientes como positiva, negativa ou neutra. A metodologia permite que seja avaliada a importância do usuário da web pelo número de contatos que ele tem, total de compartilhamentos de seus conteúdos e pelo destaque que dá à marca em sua página pessoal (com a publicação de links ou fotos, por exemplo). "O que o robô busca é a marca e os dados quantitativos. Sobre o que está sendo falado e se foi negativo ou positivo, a equipe de analistas é que avalia", explica Pesciotta. A CDN conta com equipe de 20 pessoas nesse trabalho.

Outro atributo do Iqem-S é identificar se a publicação do internauta é opinativa ou informativa. Em outras palavras, se reproduz apenas a opinião do cidadão ou se está baseada em alguma reportagem, notícia ou artigo de fonte informativa que seja considerada confiável.

Com isso, afirma Pesciotta, os analistas conseguem identificar quais são os veículos que geram matéria-prima para os internautas e que "precisam ser alimentados" com informações da marca.

Na metodologia que desenvolveu, a equipe da Máquina da Notícia descobre quem realmente importa para uma determinada marca no universo de opiniões e levantes da web. Para obter esse mapeamento, a ferramenta de busca descobre quem são as pessoas mais importantes a partir de três critérios.

O primeiro, segundo Marcelo Diego, vice-presidente de conteúdo da Máquina, é a audiência do internauta. Ou seja, quantos amigos ou seguidores ele tem na rede social que atua. O segundo é a influência que ele exerce sobre essa audiência. Esse critério mede a partir do número de compartilhamentos, de conversas ou outras iniciativas que nascem a partir de um post, foto ou tweet que esse usuário tenha colocado na rede. E o terceiro critério é o da relevância daquele indivíduo em relação ao assunto. Segundo Diego, essa é a diferença entre um blogueiro especializado em corrida que critica um tênis e um economista. "No ano passado, quando identificamos os perfis de Bruno Torturra e do Mídia Ninja como relevantes nas manifestações de junho, ninguém falava deles", afirma Diego.

** integralidade da matéria no link

https://valor.globo.com/empresas/noticia/2014/06/30/monitoramento-de-redes-sociais-ainda-e-pouco-explorado.ghtml

 

Autor: Karla Dutkievicz