Francisco Sogari é o convidado do Programa Inclusive dessa semana.
O foco agora é informação e prestação de serviço... está na hora de Inclusive, aqui na Rádio Mega Brasil Online!
Em fevereiro de 2001, Francisco Sogari foi ao supermercado com a filha Gabriele, então com seis anos de idade. No caminho, ela se sensibilizou com um morador de rua pedindo ajuda e fez com que o pai prometesse que traria algo para ele na volta. Mas, infelizmente, Gabriele não pôde entregar o alimento comprado, pois foi vítima fatal de um motorista embriagado.
"É muito difícil explicar o sentimento numa hora como esta. Tenho uma certeza: a perda de um filho é o golpe mais duro que um pai ou uma mãe podem sofrer, ainda mais quando são crianças e há toda uma vida pela frente. Mas eu, minha esposa Iracema e meu filho João Filipe, dois anos mais novo que a Gabi, precisamos enfrentar. Naquele misto de sentimentos, tivemos muita revolta, muitos questionamentos sem respostas. Mas havia uma escolha que podia ser feita: poderíamos viver esta dor ou transformá-la em um gesto de amor. Optamos pela segunda possibilidade. Pouco tempo depois daquela fatalidade, Gabi voltou a fazer parte dos nossos dias de alguma forma. Nascia o Instituto Gabriele Barreto Sogari ou simplesmente Instituto Gabi, que no dia 4 de fevereiro completou 20 anos de trabalho em prol da pessoa com deficiência", explica Francisco.
O Jornalista, mestre em comunicação, fundador e presidente do Instituto Gabi, Francisco Sogari, é o convidado de Rosa Buccino nessa semana e também destaca:
No Instituto Gabi, crianças e jovens com deficiência encontraram um espaço que, gratuitamente, oferece atividades que os capacitem em todos os sentidos, promovendo uma inclusão real.
Informações sobre o Instituto foram se espalhando e o projeto foi ganhando corpo. Fomos para um espaço ainda maior e, no começo de 2003, conseguimos um convênio municipal para bancar parte das despesas. A equipe se profissionalizou e as atividades ficaram cada vez mais diversificadas e eficientes. Não foi só isso. Encaminhamos e acompanhamos muitos atendidos na escola. Inserimos dezenas de jovens no mercado de trabalho. Fomos fonte de informação para a imprensa e também um espaço de pesquisa acadêmica para estudantes de todas as áreas. Recebemos prêmios e reconhecimentos, como o de Relevância Social na Câmara dos Deputados e os títulos de Cidadão Paulistano e Mulher de Destaque para os fundadores, no parlamento municipal de São Paulo. Fomos premiados com o Selo Melhores ONGs para doar, na primeira fase, em 2019. E mais: o Instituto Gabi despertou e mobilizou voluntários para a prática da solidariedade.
O desafio do Gabi sempre foi atingir a sustentabilidade – e esta luta é mais atual do que nunca. Ano passado, em plena pandemia, a Prefeitura Municipal de São Paulo, de forma unilateral, suspendeu o convênio que tinha com o instituto. Por um momento, a situação pôs em dúvida o futuro do Instituto: o trabalho de duas décadas foi em vão? O que fazer?
Mas a força da solidariedade e o apoio dos voluntários – assim como o clamor das famílias atendidas que se viram sem nosso espaço de forma abrupta – nos fizeram reunir forças para seguir.
O atendimento presencial ainda está suspenso por determinação das autoridades sanitárias e governamentais. Enquanto isso, estamos trabalhando muito para adaptar um novo espaço para a retomada do serviço e para criar iniciativas possíveis para angariar recursos. Temos projetos habilitados nas leis de incentivo que podem ser patrocinados por empresas e muita vontade para seguir trabalhando.
No cenário de caos sanitário, econômico e político, conseguimos projetar um olhar mais otimista. Sabemos que nosso investimento pessoal e a luta para manter o projeto não estão longe do fim. Mas saber que todo o trabalho vem transformando a realidade de muitas pessoas com deficiência e seus familiares traz uma satisfação imensurável. E me faz lembrar uma frase que virou o lema do Instituto. Ela foi dita pela Gabi, momentos antes de deixar nosso convívio, quando eu aceitei comprar o alimento para o morador de rua que tanto a sensibilizou: “'Quem ajuda as pessoas é feliz'”.
Não perca a entrevista com Francisco Sogari que vai ao ar nessa quinta-feira (18), às 15h.
O programa Inclusive é apresentado pela jornalista Rosa Buccino todas as quintas, às 15h, com reapresentações as sextas, às 9h, e aos domingos, às 14h, na Rádio Mega Brasil Online.
Acompanhe o programa também em imagens no nosso canal no YouTube, assista em: Mega Brasil Comunicação / TV Mega Brasil.