Em 7 de abril, comemora-se do Dia do Jornalista. A data foi estabelecida pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa) em 1931 e foi, também, num 7 de abril, mas em 1908, que a própria ABI foi criada. Há, ainda, conexão da data que homenageia a classe com um episódio da história do país, que foi a morte do médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró. Pairam suspeitas de que sua morte tenha sido tramada e executada por inimigos políticos. A morte de Libero Badaró conjuga-se às insatisfações políticas e sociais que culminaram na abdicação de D. Pedro I ao trono, que, novamente, deu-se num 7 de abril, mas de 1831.
Ser jornalista, nos tempos que correm, é assaz complicado, especialmente, pelo fato do jornalismo, do conhecimento, da ciência, dos cientistas e dos intelectuais públicos estarem sob ataque. A própria democracia e os valores republicanos encontram-se combalidos pela intensidade de fake news, teorias da conspiração, pós-verdades e negacionismos diversos. A responsabilidade ética do jornalista está no fato de informar à sociedade os fatos que são de interesse público. A informação, portanto, deve ser, antes, precedida pela análise do fato, ouvir fontes diversas, testemunhais ou especialistas, e, por fim, construir um texto ou uma fala capaz de informar de forma clara, coerente e concisa. Jornalistas, aqueles formados, portadores de Bacharelado em Comunicação Social, e muitos que exercem a profissão sem formação acadêmica na área, estão nas redações de jornais e revistas, nas rádios, televisões e na internet, em sites de notícia e blogs.
Não há possibilidade de constituir uma sociedade substantivamente democrática sem o trabalho jornalístico. É essencial a liberdade de expressão e, com ela, a responsabilidade por tudo aquilo que é noticiado. Jornalistas erram? Claro! Todos os profissionais cometem erros. O jornalista deve, sempre com método, técnicas e alicerçados sobre um código de ética profissional, apresentar-se como portador de uma missão civilizatória, fundamental para a vida em sociedade. Como toda a profissão, o tempo e a experiência vão burilando o profissional e, com isso, sua atividade ganha reconhecimento e legitimidade. Há jornalistas que, em seus textos, nos dão verdadeiras aulas, na forma e no conteúdo. Os que estão nas rádios e televisões conseguem transmitir a informação ou realizar análises que nos impactam, com a imagem e sua presença física.
Há pouco, no celular, encaminhei meus parabéns pela data a uns 50 jornalistas que, frequentemente, me ligam para entrevistas. Sou, por eles, considerado uma "fonte" e um "especialista". Lido, desde 2003, com análise de cenários políticos e eleitorais com foco na sociedade brasileira. Para tanto, uso o ferramental analítico da Sociologia e da Ciência Política. Tenho, na Universidade, contato com a Assessoria de Imprensa que, mais que jornalistas, tornam-se amigos e parceiros em projetos. Atendo, sempre que posso, com educação e paciência, jornalistas de todo o país, sem distinção alguma, sem me preocupar em escolher para quem concederei entrevistas, seja para veículos de mídia consolidados e famosos ou para aqueles que iniciam o trabalho ou que são mais modestos, cujas matérias têm inserção nas suas localidades municipais ou regionais. Falo com todos.
Aos jornalistas dedico esse humilde e singelo artigo. Aos que, na profissão, enfrentam agruras, agressões, mas, também, momentos de alegria e certeza de uma escolha vocacionada: continuem! Vocês são atores fundamentais para a democracia.
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