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“O otimismo aumentou consideravelmente entre as agências que participaram desta última edição do VanPro, concluída em março deste ano, comparativamente à penúltima edição de setembro de 2020. Constatamos que 50% das agências avaliam o cenário como positivo, em comparação a 41% em setembro e 16% em maio”, destaca Daniel Queiroz, Presidente da FENAPRO (Federação Nacional das Agências de Propaganda).
Após o grave choque inicial causado pela pandemia, que produziu cenário de muita incerteza e pessimismo, com retração de serviços e de investimentos no setor de publicidade, a percepção atual é que quase metade das agências conseguiu se adaptar ou encontrar um caminho para alcançar a plena adaptação à nova realidade do mercado. Esta é uma das conclusões da pesquisa VanPro, um importante termômetro atual dos negócios e da gestão das agências de publicidade em todo o país, realizada pelo sistema SINAPROS-FENAPRO, e que, nesta 3ª edição, fecha as sondagens realizadas em 2020 sobre o impacto da Covid-19 no mercado, contando com a participação de 320 empresas de 22 estados e do Distrito Federal.
Das agências que participaram da pesquisa, 47% já se recuperaram ou estão em vias de se recuperar ainda em 2021, sendo que 26% não tiveram redução de receita em 2020 e 21% foram impactadas, mas avaliam com muito otimismo o cenário atual e preveem que se recuperarão antes do final de 2021.
“O otimismo aumentou consideravelmente entre as agências que participaram desta última edição do VanPro, concluída em março deste ano, comparativamente à penúltima edição de setembro de 2020. Constatamos que 50% das agências avaliam o cenário como positivo, em comparação a 41% em setembro e 16% em maio”, destaca Daniel Queiroz, Presidente da FENAPRO (Federação Nacional das Agências de Propaganda).
O número de agências que apontou a perspectiva como “boa” ou “muito boa” cresceu mais de 400%. As que acreditam que a perspectiva é “muito boa” são 16% das agências, indicando uma evolução em relação aos 3% verificados em maio de 2020, e aos 8% constatados em setembro. Os que avaliam as perspectivas como “boas” são 33%, comparativamente a 13% na pesquisa anterior, e os que preveem “estabilidade” representam 34% dos respondentes.
Contudo, a VanPro também mostra que 41% das agências participantes ainda se encontram em um processo mais desafiador de reposicionamento, indicando que, embora as perspectivas sejam boas, a recuperação deve vir somente a partir de 2022. Já 12% encontram-se em grandes dificuldades, avaliando que as perspectivas são “ruins”, com projeção de recuperação no prazo de mais de um ano, e até com possibilidade de interrupção das atividades.
“A VanPro de 2020 nos mostra uma categoria que enfrenta desafios de gestão com os novos formatos de trabalho e com as questões financeiras frente à conjuntura econômica, mas também mostra nossas fortalezas. Somos uma categoria com visão otimista, e a FENAPRO já atua em conjunto com as agências nesse desafio de transformação”, destaca Ana Celina Bueno, Diretora da FENAPRO que liderou a realização da pesquisa.
Impactos financeiros da pandemia
Do ponto de vista financeiro, houve um ajuste na avaliação dos impactos financeiros causados pela pandemia sobre as empresas. Na pesquisa de maio, apenas 7% haviam mantido ou aumentaram o faturamento. Em setembro, o número subiu para 33%, e, em março, se situou em 26%.
“Os resultados dos impactos financeiros da crise observados no fechamento de 2020 estão muito próximos daqueles observados em setembro de 2020, com leve tendência à piora. Isso, provavelmente, se deu pela perda de receita do último trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019”, pondera Queiroz.
Ele explica que, apesar de ter havido uma leve piora nesse aspecto, a proporção de otimistas aumentou em mais de 20% em relação a setembro de 2020, subindo nove pontos percentuais, de 41% para 50%. Os pessimistas e os que não conseguem ver perspectivas caíram quase 30%, o equivalente a seis pontos percentuais, de 21% para 15%.
Embora as perspectivas de recuperação sejam mais favoráveis, ela levará mais tempo para acontecer. Atualmente, das agências impactadas financeiramente pela pandemia, 14% acreditam se recuperar em seis meses (versus 22% em setembro), 39% entre seis meses e um ano (contra 42% em setembro), 42% em mais de um ano (em comparação a 30% em setembro) e 5% não veem recuperação no patamar de receita, mesmo nível da pesquisa anterior.
Na pesquisa de setembro, a captação de recursos foi a principal dificuldade das empresas, seguida por lugar de relevância junto ao cliente, gestão de equipe e gestão financeira. Nesta nova pesquisa, a gestão de equipe vem em primeiro lugar (25%, seguida de gestão financeira (23%), relevância junto aos clientes (21%) e captação de recursos (19%).
O fato da gestão de equipe liderar as dificuldades das agências é um indicador da resiliência das agências durante a pandemia. “A gestão da equipe tornou-se o principal desafio das agências”, observa Queiroz, ao lembras que está é a primeira vez que isto lidera os desafios do setor entre as três pesquisas VanPro realizadas em 2020.
Com relação às demissões, 39% das empresas reduziram seus quadros em até 30%, e 36% mantiveram o número de colaboradores.
Perfil das agências entrevistadas
O perfil predominante dos participantes da sondagem VanPro é de agências full-service (95%), com equipe de até 20 pessoas (64%). A maioria das empresas têm mais de 20 anos de existência (40%) ou entre 11 e 20 anos (38%). Mais de 87% delas é associada ao Sinapro (Sindicato das Agências de Propaganda) de seu estado, e mais 69% ao CENP.
A maior parte das agências ouvidas, ou seja, 40%, têm faturamento de até R$ 1 milhão; 29% têm receita anual entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões; 11% entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, e perto de 10% têm receita de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões. Empresas com receita anual superior a R$ 10 milhões também representam 10% dos respondentes.