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De acordo com dados divulgados pela 99, em quatro meses de testes antes do lançamento oficial, Pítia diminuiu em 45% o número de ocorrências sexuais contra passageiras. Atena, por sua vez, reduziu os casos em 17% em apenas uma semana.
A 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana, acaba de criar novas inteligências artificiais que têm o propósito de aumentar ainda mais a segurança de suas passageiras que utilizam o aplicativo de transporte. Chamadas de Pítia e Atena, as tecnologias possuem caráter preventivo, e atuam em conjunto na identificação de passageiras em situação de maior risco de assédio e no envio de motoristas mulheres apenas ou os condutores mais bem avaliados.
O sistema funciona da seguinte maneira: Os dois algoritmos mapeiam as corridas solicitadas por mulheres em situações identificadas como de maior vulnerabilidade, como, por exemplo, viagens noturnas, mais longas, chamadas feitas por terceiros, ou partindo de bares e casas noturnas. Simultaneamente, os mesmos algoritmos analisam os motoristas na redondeza e atribuem uma pontuação a cada um, baseado em fatores como gênero, nota na plataforma e quantidade de reclamações. Tal processo é feito em milésimos de segundos e, com as informações coletadas, Pítia e Atena começam a agir.
A Pítia envia para as passageiras apenas os motoristas com maior pontuação de segurança, ou seja, somente motoristas mulheres ou condutores com melhor qualidade de atendimento. Ao mesmo tempo, antes do embarque das passageiras, a Atena envia aos motoristas vídeos e textos de conscientização, a fim de orientá-los sobre a importância de manter o profissionalismo e o respeito, além de oferecer dicas sobre como agir.
De acordo com dados divulgados pela 99, em quatro meses de testes antes do lançamento oficial, Pítia diminuiu em 45% o número de ocorrências sexuais contra passageiras. Atena, por sua vez, reduziu os casos em 17% em apenas uma semana.
Algoritmos também identifica assédio após as corridas
Outra inteligência artificial também lançada pela 99 permite identificar denúncias de assédio deixadas nos comentários após as corridas, o que faz com que agressores sejam banidos e as vítimas recebam atendimento humanizado. Batizada de Ártemis, a tecnologia rastreadora de comentários foi desenvolvida com consultoria da organização voltada para empoderamento feminino Think Eva.
Após uma viagem ser finalizada, motoristas e passageiros são convidados a avaliar um ao outro, com estrelas e comentários. A Ártemis lê esses comentários e consegue identificar uma série de palavras e contextos que podem estar relacionados a assédios. Tal processo é feito por meio da análise semântica do que vem antes ou depois da palavra ofensiva, não sendo identificados apenas termos isolados, mas sim, os contextos onde eles estão inseridos.
Depois disso, uma equipe especializada checa novamente para avaliar os detalhes da ocorrência e, por fim, tomar as providências cabíveis, que podem incluir desde o bloqueio dos agressores, até o suporte humanizado às vítimas. A atuação da Ártemis já identificou em baniu, em média, 730 pessoas por semana que cometeram algum tipo de assédio, entre motoristas e passageiros.
As inteligências artificiais fazem parte de um amplo plano de segurança feminina desenvolvido pela 99, que também possui outras tecnologias, como o 99 Mulher – ferramenta que permite a motoristas mulheres escolher transportar apenas passageiras. Há também a Gravação de Áudio e o Compartilhamento de Rota.
Além disso, a companhia promove a educação e o engajamento sobre o respeito às mulheres por meio de treinamentos para motoristas, campanhas de conscientização, e o Guia da Comunidade 99 – documento que promove respeito e diversidade aos mais de 20 milhões de passageiros e motoristas que utilizam o app, fomentando direitos, deveres e comportamentos esperados na plataforma, além de fornecer dicas práticas e exemplos de como agir nas mais diversas situações.