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“É preciso assumir nosso papel na linha de frente desse combate, e contribuir para transformar uma realidade. Para isso, queremos somar nossa força e queremos nos juntar, pois sabemos que não vamos conseguir realizar sozinhos essa mudança”, afirma Noël Prioux, CEO do Grupo Carrefour no Brasil.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva com 1.630 pessoas em 62 cidades do país, 59% da população se declara negra. Além disso, 84% consideram o Brasil um país preconceituoso em relação às pessoas negras – no entanto, apenas 4% se autodeclaram preconceituosas. A pesquisa foi encomendada pelo Grupo Carrefour, que meses atrás foi notícia por conta da morte de João Alberto em uma de suas unidades em Porto Alegre. Atualmente, o grupo divulga o movimento antirracismo #NãoVamosEsquecer, que conta com ações em diversas frentes da companhia.
O Carrefour criou o Comitê Externo Independente, que passou a atuar em conselhos e na criação de iniciativas contra o racismo estrutural, após o acontecimento no ano passado. O destaque vai para a transformação radical do modelo de segurança nos hipermercados da companhia em todo o país, que agora conta com mais colaboradores negros e mulheres nos times que realizam a fiscalização das lojas no Brasil.
O movimento #JuntosParaTransformar foi firmado com mais de 16 mil fornecedores. O grupo adotou a tolerância zero ao racismo, além de mobilizações no combate ao preconceito, por meio de mecanismos de denúncias através da ferramenta Carina, a inteligência artificial do grupo. Houve também o desenvolvimento de programas de aceleração da carreira de pessoas negras, com programa de estágio direcionado ao público e trilhas de inclusão para os colaboradores – 74% dos negros nunca tinham recebido nenhum tipo de qualificação profissional. Além disso, ampliou a contratação de pessoas trans e com deficiência.
“É preciso assumir nosso papel na linha de frente desse combate, e contribuir para transformar uma realidade. Para isso, queremos somar nossa força e queremos nos juntar, pois sabemos que não vamos conseguir realizar sozinhos essa mudança”, afirma Noël Prioux, CEO do Grupo Carrefour no Brasil. “Este movimento que já está acontecendo da nossa porta para dentro, que pode e deve conquistar a todos da nossa porta para fora também, partindo de um compromisso a ser firmado com todo o nosso ecossistema”.
Luís Moreno, CEO do Carrefour Varejo, explica ainda que a empresa tem feito reforços em treinamentos relacionados à diversidade, inclusão e respeito, não só em relação à questão racial, mas também sobre gênero, orientação sexual e pessoas com deficiência. Segundo estudo do Instituto Locomotiva, que reforça a necessidade de educação acerca dos temas, por exemplo, os resultados mostram que 64% dos entrevistados acreditam que o racismo é fruto da ação de indivíduos, e não de uma cultura de exclusão, fato que evidencia a falta de clareza na população sobre o caráter estrutural do fenômeno.
As ações do grupo levam os colaboradores e parceiros a refletirem sobre o viés inconsciente acerca do racismo estrutural no país. Ainda segundo a pesquisa, 59% acreditam que pessoas brancas também são vítimas de racismo.
O estudo revelou também fatos acerca da publicidade: 86% da população pensa que a presença de pessoas negras na propaganda é uma ação importante para o combate ao racismo, e que a mesma porcentagem acredita que é necessário que a empresa respeite a diversidade, a fim de realizar vendas para todos. Por fim, Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva, ressalta que apenas dois em cada 10 brasileiros negros pertencem à classe A ou B no Brasil.