Com uma carreira construída na Comunicação Empresarial, passando por importantes empresas e instituições, como Bunge Brasil e Instituto Ethos, Cristina Spera perdeu a luta contra o coronavírus. Nesta quarta feira, seu nome se junta a outras 467.702 vítimas da Covid-19.
A jornalista Cristina Spera faleceu na madrugada desta quarta feira (2/6) vítima de Covid-19, aos 66 anos, depois de permanecer internada por três dias no Hospital Santa Ana, em São Caetano do Sul. A evolução da doença foi muito rápida. Há uma semana ela apresentava um estado gripal e na sexta feira (28/5), com a evolução do quadro, fez um teste rápido que deu resultado positivo. Mesmo com acompanhamento médico, no domingo o quadro se agravou e ela foi internada, vindo a falecer nesta quarta.
Cris Spera faz parte de uma geração de profissionais que construiu as bases para a consolidação do setor, que hoje, e a cada dia, se revela diversificado, abrangente e estratégico. No início dos anos 80, quando ocupava a função de Coordenadora de Comunicação da Bunge Brasil, integrou o GRECE – Grupo de Estudos da Comunicação Empresarial, liderado pelo jornalista Amauri Beleza Marchese, e que reuniu nomes importantes do setor como Izolda Cremonine, Renato Gasparetto, entre outros. O grupo conquistou a presidência da Aberje em 1984, iniciando um processo de reformulação da entidade que mais tarde atraiu outros importantes nomes da Comunicação Corporativa como Ruy Altenfelder e Miguel Jorge e se firmou como uma das mais relevantes instituições do setor no País.
Identificada com as causas socioambientais, Cristina Spera ocupou, por 11 anos, a Coordenadoria de Comunicação Institucional e Assessoria de Imprensa do Instituto Ethos e mesmo depois de deixar a função, manteve proximidade com o Instituto. “Todos os anos ela comparecia nas edições da Conferência Ethos em São Paulo. Na comemoração dos 20 anos do Ethos também esteve conosco e com certeza continuará fazendo parte de nossa história”, diz Caio Magri, diretor-presidente do Ethos. Era também engajada nas causas da profissão e integrava a APJor – Associação Profissão Jornalista. Para Fred Ghedini, presidente da entidade, “Cris Spera é referência em ética, cortesia e competência profissional. É uma perda irreparável para a APJor, da qual era um dos esteios mais sólidos: sua presença em nossas ações e sua clareza sempre foram âncora. Sua suavidade para tratar temas e situações complexas, um aprendizado para todos. Honramos, pois, a sua vida, sua energia e sua luz”.
Mais recentemente, Cris Spera fazia o atendimento do InPACTO – Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, projeto em parceria com a jornalista Mara Ribeiro que, por conta desse trabalho, viu estreitar a relação de amizade entre as duas: “Eu conheci a Cris Spera na APJor. Estávamos num projeto juntas, atendendo ao Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. E conheci as competências, inteligência, amizade e forte caráter dessa nova amiga. Sim, a Cris se torna amiga e ponto final. Daquelas que você agradece por fazer parte de sua vida. Uma amizade breve, no tempo nosso, mas eterna no meu coração”.
Cris Spera deixa uma filha, Camila Spera (também internada por Covid-19, no Hospital São Camilo, em Santana), uma neta e a irmã Vera Lúcia.