O Brasil atingiu neste final de semana a marca de 500.868 mortos por covid-19. Em todo o mundo, somos o país com o maior número de óbitos causados pela doença em 2021, com a agravante que agora, a maioria dos novos óbitos está entre os mais jovens. Até o final do ano passado, as vítimas menores de 60 anos representavam menos de 30%, mas agora, esse percentual chega a perto de 55% dos óbitos entre pessoas sem algum tipo de comorbidade.
Com vacinação em um ritmo bastante lento O último balanço divulgado pelo consórcio de imprensa, formado por O Estado S.Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1, e Extra, aponta que até agora apenas 11,5% da população recebeu as duas doses de vacinas.
Até aqui, o Brasil adquiriu 559,6 milhões de doses dos imunizantes aprovados pela Anvisa (Coronavac, AstraZenica, Pfizer, Jansen), porém, a previsão é a de que este total seja entregue até dezembro. Até lá, a população terá que conviver com a possibilidade de ver tanto o número de casos, quanto o número de mortes crescer de forma acentuada. Em recente estudo divulgado pelo Instituto para Métricas de Saúde e Avaliação (IHME), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o Brasil poderá chegar em setembro com um total de 973 mil vidas perdidas para a doença, não só pelo baixo ritmo de vacinação, mas também pelo negacionismo, baixa testagem, e não adesão ao isolamento social e uso de máscaras. Lamentavelmente, nos acostumamos a números, sobretudo depois deste longo período de restrições e apreensão em torno do combate à Covid-19. Mas é preciso ter claro que, atrás de cada número, existem pessoas, famílias, pais e filhos que foram ceifados da oportunidade de viver, produzir, sonhar e planejar um futuro. Se você se acostumou com os números, convidamos a assistir ao clip produzido pela Orquestra de Câmara e Coral da ECA/Usp, sob a regência de Gil Jardim e parceria com os cantores e compositores Chico César e Bráulio Bessa. Inumeráveis é o título da canção que tem como mote “se números frios não tocam a gente, espero que nomes possam tocar”. Enquanto não nos conscientizarmos, como nação, da gravidade e das proporções devastadora da Covid-19 entre nós, e não nos indignarmos com o cenário para o qual fomos arrastados, o País continuará contabilizando, diariamente, mortes dos seus cidadãos. Proteja-se, use máscara, evite aglomerações. A ignorância mata.