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Do discurso para a ação e Transparência em alta
Do discurso para a ação - Na Klabin, a gerente de comunicação, marca e relações institucionais Carime Kanbour avalia positivamente a relevância do tema ESG obrigando empresas a saírem do discurso para a ação, frente ao aumento de exigências pela sociedade e por investidores. No ano passado, a empresa lançou sua Agenda 2030, em linha com os ODS da ONU, com um conjunto de metas de curto, médio e longo prazos organizado a partir de 11 temas prioritários, divididos em quatro pilares com 23 metas.
Pela amplitude do tema, sua administração é multidisciplinar e envolve equipes como sustentabilidade, relações com investidores, governança corporativa e comunicação, com envolvimento direto da diretoria e do conselho de administração. Na comunicação, o principal desafio está relacionado à reputação, já que a amplificação dos temas ESG impactou a forma como as empresas comunicam, com transparência e coerência migrando para o centro da estratégia. Uma das iniciativas recentes foi a criação da Klabin Invest, série de vídeo e podcast com temas relacionados ao universo ESG dirigida a investidores – entre 2019 e 2020, a empresa passou de 11 mil para 160 mil investidores. “Esse público traz uma nova demanda de informações e engajamento”, diz Carime.
Na Vivo, que assumiu o propósito de “digitalizar para aproximar”, a estratégia para materializá-lo e gerar valor com sustentabilidade está apoiada nos pilares Tem Vivo pra Tudo, Tem Tudo na Vivo, DNA em Tudo o que Somos e em Tudo que Fazemos e Vivo Sustentável. O último está no centro da estratégia de negócios. Desde 2018 a operadora mantém um Comitê de Negócio Responsável e Reputação ligado ao CEO, além de um comitê de qualidade e sustentabilidade com reporte ao conselho de administração.
Além disso, pelo segundo ano a Vivo publica relatório ESG simultaneamente ao balanço financeiro e engaja colaboradores em movimentos como Recicle com a Vivo, que procura mobilizar a sociedade para o descarte correto do lixo eletrônico – em um único dia foram recolhidas 1,8 toneladas de resíduos –, empresa sem papel (paperless) e plástico zero. “Mais recentemente, passamos a trabalhar com nossos fornecedores para mobilizá-los nos temas de diversidade e mudanças climáticas, buscando reprodução das nossas práticas em toda cadeia de fornecimento”, ressalta Elisa Prado, diretora de Comunicação Corporativa da Vivo.
Transparência em alta - A SAP vê como uma das principais mudanças relacionadas à agenda ESG a premissa de transparência nas atividades. No caso da empresa, um reforço de comunicação para refletir o que acontece internamente nos pilares ambiental, social e de ética e governança. Segundo a diretora de Comunicação Integrada e Responsabilidade Corporativa Luciana Coen, um desdobramento positivo é que a comunicação interna e externa estão cada vez mais integradas.
É a maior presença de tópicos ESG nas pautas de comunicação.
Mais impactos para a comunicação são mostrar para o mercado como a marca colabora com a agenda ESG dos clientes, a partir da importância dos dados para mensuração e eficácia de decisões de sustentabilidade; apoio da comunicação interna para conscientização dos funcionários sobre a agenda ESG; e a continuidade das iniciativas para mostrar que a sustentabilidade vai muito além de cuidar do meio ambiente, permeando toda a operação de empresas e governos e diretamente relacionada às questões de governança, ética e impacto social.
Na OEC (antiga Odebrecht Engenharia e Construção), que divulga anualmente relatório de sustentabilidade no padrão GRI para compartilhar resultados e aprendizados com a sociedade, o novo direcionamento estratégico definido em 2020 levará o ESG cada vez mais para seu core business, desafiando a comunicação em três etapas – conceituação, com exercício de definição sobre a crença da empresa a partir de seus acionistas, lideranças e integrantes; prática, transformando essa crença em orientação estratégica, com diretrizes e metas; e a comunicação em si, dando forma à narrativa e conectando-a com stakeholders e sociedade. “Na última pesquisa com stakeholders foi possível verificar grande evolução da recuperação da confiança junto ao público interno, com nível avaliado pela consultoria em ‘forte’. Este ano vamos repetir a pesquisa e certamente verificaremos avanços em outros públicos”, diz o diretor de Comunicação e Marketing Rodrigo Villar.
Ele destaca que o ESG tem transformado negócios de maneira positiva, com discussão que amplia e tangibiliza a contribuição das empresas para a sociedade, com reflexos diretos na reputação e na escolha dos parceiros de negócios e dos consumidores. No caso das construtoras que de alguma maneira estiveram envolvidas em processos de corrupção no passado, a agenda ESG faz parte do compromisso em realizar transformação interna e garantir que o processo se reflita em todo o mercado de infraestrutura, transformando as companhias em agentes de mudança e fiscalização.
Na Latam Airlines, que integra um dos setores mais afetados economicamente pela Covid-19, o da aviação civil, nem a crise desvia as atenções e as ações para esse novo viver do planeta Terra. Nas palavras de Gislaine Rossetti, diretora de Relações Institucionais e Regulatório da Latam Airlines Brasil, “O mundo tem passado por um profundo processo de transformação, e as pessoas e as organizações estão constantemente reinventando-se para sobreviver a uma crise que a humanidade nunca tinha enfrentado. A flexibilidade e adaptabilidade são os traços mais marcantes diante dos desafios ambientais, sociais e econômicos impostos pela pandemia da Covid-19 e que precisam ser enfrentados com urgência. Ficou explícito que as empresas precisam estar, cada vez mais, conectadas com as demandas de seus diversos stakeholders, estabelecendo diálogos constantes e ações com impactos positivos. Nesse contexto, o engajamento das equipes internas, o protagonismo, a empatia e o poder da escuta são cruciais na dinâmica da comunicação corporativa”.
Segundo Gislaine, “na Latam, temos o compromisso e estamos atuando fortemente para fazer da aviação uma indústria sustentável. Queremos ser um ativo para a América do Sul e, para isso, trabalhamos para ser um ator que promove o desenvolvimento social, ambiental e econômico da região, cada vez mais conectado com as demandas e desejos das pessoas. Temos o compromisso de contribuir com o desenvolvimento sustentável da nossa região, conservando a biodiversidade, a cultura e seus destinos únicos. O trabalho das nossas equipes foi reconhecido neste ano no anuário The Sustainability Yearbook do S&P Global Dow Jones Index (DJSI) que aponta as empresas com melhor gestão ambiental, social e governança corporativa. Fomos eleitos como a melhor companhia aérea da América do Sul e a segunda do mundo em Sustentabilidade.”
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