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A resistência dos patrocínios ao esporte brasileiro

Marcas ainda são imediatistas no patrocínio aos esportes olímpicos. Atletas como Rayssa Leal, a medalhista Fadinha do Skate, têm dificuldade para conseguir patrocinadores no Brasil

Divulgação

Aos 13 anos, Rayssa levou a prata no street park olímpico. E em questão de horas, a atleta se transformou em celebridade. Não deve demorar muito para diversas marcas se aproximem dela, só agora.

A skatista Rayssa Leal, a Fadinha, fez história nestas Olimpíadas ao se tornar a atleta brasileira mais jovem a conquistar uma medalha.  Aos 13 anos, Rayssa levou a prata no street park olímpico. E em questão de horas, a atleta se transformou em celebridade.

Hoje, todos os holofotes estão voltados para ela”, diz Ivan Martinho, professor de Marketing Esportivo da ESPM SP. “Tenho certeza de que muitas marcas irão, só agora, procurá-la para ter a sua imagem ligada a seus produtos e serviços. As empresas podem enxergar em Rayssa uma espécie de ‘efeito Juliette’ do BBB. Mas o fato é que esporte é diferente de um reality show”.

De acordo com Martinho, para chegar ao nível que Rayssa atingiu nos Jogos de Tóquio, é preciso muita disciplina, perseverança e apoio financeiro. Porém, as marcas brasileiras ainda são imediatistas. Rayssa chegou aos Jogos Olímpicos patrocinada apenas pela Nike SB, marca ligada à prática do skate. “Há dois anos, há quatro anos, quantas marcas apostaram nela? São raros os casos de marcas não endêmicas que investem no longo prazo, como por exemplo a Oi no Surf, e o Banco do Brasil no Vôlei”.

Martinho ainda complementa dizendo que, para ele, a Red Bull é um modelo a ser seguido. Há muitos anos a marca de energéticos investe nas modalidades de esportes radicais, tanto em atletas, eventos e competições, quanto no patrocínio de transmissões exclusivas pela TV.