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Viver plenamente

Ouvimos falar que os estados emocional e espiritual influenciam diretamente no tipo de vida que levamos e, apesar das opiniões acerca desse assunto serem controversas, a Medicina passou a apoiar essa crença. Confira no artigo de Rivaldo Chinem

Cursos de teatro estão se tornando comuns em faculdades de Direito. Agora, espiritualidade passa a ser matéria em faculdades de Medicina. Ouvimos falar que os estados emocional e espiritual influenciam diretamente no tipo de vida que levamos e, apesar das opiniões acerca desse assunto serem controversas, a Medicina passou a apoiar essa crença. Aspectos importantes para viver plenamente englobam aprender a cuidar do interior, perdoar, liberar sentimentos e pensamentos negativos e despertar a consciência. Essas práticas estão diretamente relacionadas ao entendimento espiritual. Só que aí entra algo que aprendi ao longo da minha vida profissional de jornalista: como diriam os mais experientes, não se deve escrever algo que tenha a ver com o espiritual, uma vez que isso depende da crença de cada um. É o caso de se escrever a palavra alma, algo totalmente abstrato. Mas, vamos em frente.

Uma nova disciplina optativa foi introduzida no currículo da faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, no Rio, Medicina e Espiritualidade. No Brasil é uma novidade, mas na Europa e nos Estados Unidos, 80% das faculdades já tem a cadeira no currículo, explica o professor José Genilson Ribeiro, coordenador da disciplina: “Acreditamos que a doença começa na alma, instala-se no corpo físico e que é preciso tratar o paciente de maneira integral. Não basta tratar o efeito da doença, mas os aspectos totais. Muitas pessoas têm mágoas e não conseguem perdoar, isso as deixam presas em suas dores, o que dificulta a melhora física”.

O estudante Carlos Roberto Figueiredo, fundador da Liga Acadêmica de Medicina e Espiritualidade do Rio, criada em 2014, disse que a entidade foi formatada a partir do aumento do interesse pelo tema de saúde e espiritualidade: “Houve em 1998 uma proposta à Organização Mundial da Saúde pela inclusão da dimensão espiritual do ser à sua definição de saúde, convidando a todos a repensar o paradigma científico frente ao diálogo com o sentido espiritual da vida”.

A psiquiatra paulista Carmita Abdo, da Associação Médica Brasileira e da Associação Brasileira de Psiquiatria diz que o ponto de vida da disciplina é comprovado na prática: “As emoções levam a modificações de substâncias no organismo. Quando liberamos ocitocina e endorfina, elas nos levam à melhora na imunidade e às sensações de bem-estar. O contrário ocorre com sensações negativas, que liberam substâncias que baixam a imunidade. Com o perdão não é diferente. Quando perdoamos alguém, temos a sensação de alívio, de gratificação, o que é revertido em ocitocina”. Medicina e Espiritualidade caminhando juntas rumo a uma vida plena.

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