Nos últimos anos, os dilemas existenciais ganharam a ordem do dia e as reflexões sobre quem somos? de onde viemos? para onde vamos? qual o nosso propósito? ganharam corpo e tomaram a pauta das organizações. O conceito de missão ganhou dimensão cultural e passou a contribuir para empresas funcionarem como unidade coletiva.
Na busca da criação de algo com efetivo valor, nos movemos do storytelling para o storydoing.
Isso mesmo. Ao entender que causa e propósito devem ser elementos sustentadores da estratégia do negócio e da marca, já não adianta mais apenas ter uma boa história. Essa história tem de ser genuína, autêntica. Precisa ser verdadeira, ter credibilidade.
Porque as nossas histórias serão desenroladas ao vivo, online. Nossas marcas e produtos conectados e interagindo com o público.
Neste novo mundo digital, a Comunicação é o elo entre os valores e a cultura da organização e seus diversos stakeholders.
E qual é o perfil do novo comunicador?
Seria ele o super-homem de Nietzsche. Aquele que vence o niilismo, supera a forma homem, velha e desgastada, supera todos os humanismos, toda a cultura que o prende em si mesmo, e lança a flecha dos seus anseios por cima do homem?
O conceito de superação certamente vale a referência se pensarmos no desafio que enfrentamos em comunicar em um contexto tão disruptivo.
No emaranhado das redes, vivenciamos ao mesmo tempo uma multiplicidade de acontecimentos que nos provocam e nos engajam.
O aquecimento global, o repúdio ao racismo, o desejo de diversidade e inclusão e o afloramento do senso de comunidade provocado pela pandemia criam condições ideais para a consolidação de narrativas hegemônicas que levam o conceito de ESG ao centro dos negócios. Mais que um indicador afetando o valor das ações, ele se torna um verdadeiro ativo das corporações.
E o novo comunicador se transforma neste herói que vai ajudar a conectar os valores e o propósito da organização aos seus stakeholders.
Ele quem vai trabalhar no desenvolvimento de conteúdos que expressem a caminhada da organização e das marcas, a partir de valores e propósitos que sejam reconhecidos pelas audiências como genuínos. O tal do storydoing.
O novo comunicador tem de operar dentro do conceito de “thought leadership”. É sua missão criar ideias inovadoras capazes de ecoar e ganhar seguidores.
Ele precisa identificar o público alvo e construir assets que gerem conteúdo relevante nos canais adequados que amplifiquem as mensagens. E quando, finalmente, completa sua missão, tudo está apenas começando.
Porque reputação no mundo digital se constrói a partir da interação com os vários stakeholders que afetam o negócio.
É com eles que a história começa a se transformar em diálogo. Através das reações, comentários, compartilhamentos. Do engajamento real que vai alavancar a reputação.
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