A pandemia acelerou a transformação digital e uma das consequências positivas é a inclusão digital. Em um mundo onde valor e propósito se tornaram os motores do mundo corporativo, a disrupção que vivemos a partir do isolamento provocado pelo medo do contágio criou desafios e oportunidades únicas.
Do ponto de vista interno das organizações, o home office provou uma mudança profunda na forma como trabalhamos e nos relacionamos com nossos pares.
Reuniões no contexto virtual do Teams, Zoom e outras plataformas explodiram hierarquias e criaram um universo de novas possibilidades. A escala de valores e posições de dominância dos atores mudou radicalmente no contexto digital. Na plataforma virtual, todos estão em um mesmo plano, não tem mais a figura dominante sentada na cabeceira da mesa impondo sua narrativa. Todos têm a oportunidade de se expressar sem constrangimentos hierárquicos.
As conversas de cafezinho, que dominam fantasias nostálgicas quase Proustianas (o aroma das madeleines....), não acabaram no cenário virtual. Apenas se deslocaram no tempo e espaço e se democratizaram. Porque elas só eram possíveis para aqueles que estavam trabalhando na mesma área. Hoje aprendemos a nos conectar via aplicativos com colegas e outros parceiros de onde estivermos. A troca de ideias na conversa miúda do café agora não tem limites geográficos.
Do ponto de vista externo, a comunicação com os stakeholders também está mudando radicalmente. No contexto presencial estamos sempre constrangidos por um arcabouço de limitações. Eventos presenciais são exclusivos. Eventos virtuais permitem conexões infinitas. Não há mais limitação de orçamento. As marcas podem conectar suas narrativas a um universo amplificado de audiências, democratizando o acesso à informação e permitindo um número exponencial de conexões.
O planejamento de um lançamento de produto presencial, por exemplo, envolvia um árduo trabalho de seleção de convidados. Os altos custos de logística, hospedagem e alimentação comprometiam boa parte do orçamento, obrigando a excluir da lista muitas vezes até mesmo influenciadores estratégicos.
Hoje, a preocupação do comunicador é construir uma narrativa que expresse os valores da marca, produzir “assets” que facilitem a divulgação das mensagens e definir os canais que vão permitir a conexão com os “stakeholders” que importam.
O evento virtual democratizou o compartilhamento de ideias e o acesso das audiências.
É fascinante quando podemos nos despir de preconceitos e olhar as transformações sociais com um novo olhar. Para a comunicação, o universo de possibilidades se tornou infinito. Para nós, seres humanos, não há mais limites para as conexões.
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