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Mulheres na liderança

Brasil tem cada vez mais mulheres no comando das empresas – como por exemplo, Luiza Trajano (foto), Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza. Segundo especialista em Governança Corporativa, os números devem crescer ainda mais nos próximos anos

Divulgação

O número de mulheres participando de Conselhos de Administração cresce a cada ano. Mesmo que de forma lenta, a presença feminina na liderança das companhias é uma tendência mundial.

O número de mulheres participando de Conselhos de Administração cresce a cada ano. Mesmo que de forma lenta, a presença feminina na liderança das companhias é uma tendência mundial. Conforme dados de uma pesquisa realizada pela consultoria norte-americana, Pearl Meyer, o número de mulheres presente nos Conselhos das 200 maiores empresas do mercado norte-americano de ações, passou de 19% em 2010, para 32% em 2020.

Outro estudo, desta vez da Kantar – empresa líder global em pesquisa de mercado – também aponta o crescimento da presença feminina na liderança. A pesquisa apresenta dados de 18 países, e de acordo com os números divulgados, entre os anos de 2012 e 2020, a quantidade de mulheres em cargos de liderança dobrou, indo de 10% para 20%.

No Brasil não é diferente. Das 508 empresas listadas no banco de dados da BM&F Bovespa, 197 têm, pelo menos, uma mulher no Conselho de Administração (38,78%), e 165 possuem, pelo menos, uma Conselheira efetiva (32,48%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

De acordo com o especialista em Governança Corporativa para Empresas Familiares, e Diretor-Presidente da GoNext Governança e Sucessão, Eduardo Valério, a tendência é que esses números cresçam ainda mais. “O movimento das mulheres que hoje ocupam cargos de CEO ou Conselhos de Administração é crescente, mesmo que de forma lenta. Nos Conselhos a velocidade é maior porque não depende de a mulher estar em uma Diretoria Executiva, por exemplo”, explica Valério.

Ele afirma que os Conselhos de Administração que estão tendo uma presença maior de mulheres são ligados à área de Tecnologia, Inovação e Organizações ligada à área da Beleza. “Há um grande espaço para as mulheres nos Conselhos de Administração e na liderança. As empresas querem cada vez mais mulheres líderes, pois com as competências femininas e competências masculinas juntas, o negócio fica mais forte”, destaca.

 

Metas Globais

Para Luiza Trajano, Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, a participação das mulheres nas empresas brasileiras ainda está longe do ideal, mas que o mercado em geral está mais atento ao tema. Hoje o Magazine Luiza tem 40% dos cargos de Conselheiros ocupados por mulheres. Na visão da Presidente, a diversidade traz vantagens para a companhia. Uma delas é que fica mais fácil a empresa se comunicar e atender o público brasileiro, que é muito diverso.

Outras empresas também estabelecem metas para ter mulheres ocupando cargos de liderança. Segundo o Instituto Ethos, um dos exemplos é o Walmart, que estabeleceu a meta global de ter 50% de mulheres ocupando cargos de liderança. Hoje, no Brasil, 51% dos funcionários são mulheres, mas em cargos de liderança, o percentual cai para 38%.

No Brasil, o Walmart lançou o Movimento + Mulher 360, junto com outras 36 grandes corporações, com o objetivo declarado de equilibrar a balança de gênero nas empresas e nas comunidades em que elas estão inseridas. Também fazem parte do grupo as empresas Arno, Amanco, Bunge, Coca-Cola, Diageo, HP, Natura, P&G, Pepsico, Santander, entre outras.

 

Lei

Em 2017, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou o projeto de lei que define um percentual mínimo de participação feminina nos Conselhos de Administração de todas as empresas que têm mais da metade do capital controlado pelo Governo Federal (PLS 112/2010). As cotas vão poder ser implementadas de forma gradual, começando com 10% em 2018, passando a 20% em 2020, e chegando a 30% em 2022.