Os bancos digitais caíram no gosto da população mais jovem e cresce a abertura de contas a cada ano. Dados da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) apontam que em 2018 foram abertas cerca de 2,5 milhões de contas no mobile banking ante a 1,6 milhão no ano anterior. Cresceu também a abertura de contas por internet banking; 434 mil contas, bem acima das 26 mil em 2017. E houve incremento de 60% na contratação de crédito por aplicativos de celular; e os investimentos e aplicações feitas pelo mesmo canal cresceram 36%.
Conforme levantamento da Simplic, 59% dos clientes dos bancos digitais são jovens com menos de 29 anos. Por que esta preferência das novas gerações aos bancos que atuam com tecnologia? Será que estes novos bancos vão engolir o modelo tradicional que vivenciamos há décadas?
Estas serão algumas das perguntas respondidas por Klaus Nogueira da Gama, diretor geral da Maps, empresa que há 25 anos fornece soluções para o rigoroso e tecnologicamente avançado setor bancário. Gama é o entrevistado da jornalista Angela Crespo no programa Consumo em Pauta.
Ele destaca que os bancos digitais chegaram para mudar o paradigma que existe no mercado bancário e financeiro ao oferecer facilidades a correntistas e investidores, além de oferecer nova gama de produtos além da abertura da conta corrente e do fornecimento de cartão de crédito.
Entretanto, boa parte dos bancos digitais não atua em operações mais sofisticadas, como as que requerem análise de maior risco ou investimentos de maior volume. Financiamento para a compra de uma casa, por exemplo, cita o executivo, terá de ser feito nos bancos tradicionais e quem tem histórico de relacionamento bancário apenas com os bancos digitais poderá ter problemas quando for requerer o empréstimo. “Assim, a tese de que os grandes monopólios bancários vão cair não é verdade. São eles que ainda detêm as operações maiores e alguns estão se movimentando para o banco digitais e, assim, ser este escape para o correntista que quer a facilidade do banco digital, mas também a credibilidade e o poder de financiamento e estrutura para operações mais parrudas”, destaca Gama.
Um dos destaques da entrevista do diretor geral da Maps é quanto a diferença entre banco digital e internet banking. Este último está vinculado a uma conta corrente de um banco tradicional, que pode ser movimentada de forma online para transferência, pagamento de contas, etc., e há cobranças de taxas para estes serviços ou o correntista já paga uma cesta de tarifas que cobrem estas transações. Como são operados por bancos no modelo que conhecemos, o correntista tem à disposição agências bancárias caso queira um relacionamento físico com o banco.
Já o banco digital não possui agências e todo relacionamento é feito por meio de tecnologia, inclusive a abertura da conta. A maioria deles, conforme Gama, não cobra taxas, mas caso o correntista deseje fazer um saque, por exemplo, deverá se dirigir a um Banco 24Horas e poderá pagar para fazer a retirada. “Isso porque, o banco digital é totalmente online. Não há agências bancárias. Daí, é preciso usar os equipamentos do Banco 24Horas”, completa.
Gama “profetiza” que os bancos tradicionais vão mudar o seu modelo e devem voltar a operar como faziam há 40 anos, com apenas escritório de representações e pouquíssimas agências. “Estes locais físicos serão destinados a grandes operações estruturadas e para atendimento a empresas que têm necessidade de relacionamento físico. O dia a dia das operações será feita no online.”
Para saber mais detalhes sobre bancos digitais, acesse a Rádio Mega Brasil Online nesta segunda (23/9), às 16 horas. Reapresentações na terça, às 19 horas, e na quarta, às 9 horas em www.radiomegabrasilonline.com.br - e a partir da próxima semana, após as veiculações na Rádio, você pode acessar a íntegra da entrevista em vídeo na TV Mega Brasil, nosso canal no Youtube.