Nunca antes na história deste Anuário o Ranking das Agências de Comunicação Corporativa foi tão completo e revelador. Não pelo número de agências que abriram o aturamento neste ano, que permaneceu igual (90 agências), mas sim por divulgar, pela primeira vez, os dados de quase todas as maiores agências de comunicação do aís.
O resultado do presente levantamento só foi possível pela decisão dos editores de buscarem no mercado informações que lhes permitissem aferir e assegurar com pequena margem de erro os números de algumas das mais importantes agências do País que, por razões diversas, não abrem o seu faturamento. São os casos de Burson-Marsteller, Grupo CDI, Imagem Corporativa, Ketchum, Ideal H+K Strategies, Ogilvy PR, S2Publicom Weber Shandwick e Textual Comunicação. Esse mesmo expediente foi adotado em relação ao Grupo Máquina, atual Máquina Cohn & Wolfe, que até 2015 sempre abriu o seu faturamento, mas, este ano, em função da venda do controle acionário e do diferente regime fiscal adotado pela nova controladora, informou que não poderia divulgar seus números. Mas a eles chegamos analisando informações dos anos anteriores e o percentual de crescimento da empresa. Faltou chegar aos números da Approach, uma das agências do andar de cima do mercado, azão pela qual ela só figura no ranking de colaboradores.
Há também a Entrelinhas, agência que sequer tem respondido à pesquisa do Anuário em função do posicionamento low profile que adota, possivelmente por atuar de forma vertical na área política. Sabemos tratar-se de uma agência de porte, com presença em vários países e uma forte atuação em campanhas e em áreas overnamentais, mas não há informações consistentes sobre o seu desempenho e por essa razão ela praticamente inexiste para este Anuário. Mas ainda há muito o que avançar, já que das 215 agências que responderam à Pesquisa Mega Brasil apenas 90 abriram o faturamento e, dessas, somente 13 mandaram comprovação.
De todo modo, vale para nós – por mais ingênuos que possamos parecer – a máxima de que “uma empresa que cuida de reputação não pode mentir, pois o risco que corre é sempre muito grande”, razão pela qual este Ranking é hoje a principal referência para o mercado, no que diz respeito ao perfil das agências de comunicação. Com a presente edição, o mercado tem finalmente um retrato, o mais completo e fiel feito até hoje no País, das maiores agências de comunicação do Brasil.
Queda no valor real – A soma dos faturamentos mostra um total, em 2015, muito próximo dos valores do ano anterior. Segundo estimativas da Pesquisa Mega Brasil com Agências de Comunicação Corporativa, o faturamento total das agências de comunicação corresponde a um valor entre R$ 2,12 e R$ 2,37 bilhões. É importante ressaltar, no entanto, que, também pelas estimativas deste estudo, o número de agências existentes no País foi elevado de um total aproximado de 600 empresas para 800 a mil. Portanto, o valor médio do faturamento por agência, nessas proporções, diminuiu no último ano. Há ainda que se acrescentar que em 2015 a inflação média nacional atingiu, pela primeira vez após anos, dois dígitos, chegando a 10,67%, dimensão que não estava colocada nas últimas edições do Anuário e que, para a presente análise, é indispensável considerar. Assim, a manutenção do valor global faturado de 2014 para 2015, descontada a inflação, representa uma queda no valor real arrecadado.
Veja a relação completa do faturamento das agências de comunicação no país na edição impressa do Anuário da Comunicação Corporativa, que traz também o perfil das empresas e indicadores de desempenho do mercado.
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