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Na dúvida, faça o que é certo!

Na dúvida, faça o que é certo" é o título do artigo desta semana assinado por Nelson Silveira. Nele, o executivo da GM fala do significado da nova etapa profissional que inicia como um conselheiro certificado. Transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade são princípios que formam o Norte desta nova etapa. Confira.

Divulgação

Ao longo dos últimos três meses tive o privilégio de viver um dos aprendizados mais enriquecedores de toda a minha carreira no curso para Conselheiros de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Foram 72 horas de aula, divididas em quatro módulos, onde eu e mais 33 colegas fomos desafiados a mergulhar no mundo da governança corporativa.

O IBGC, cujo mantra é “uma governança melhor para uma sociedade melhor” é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1995 e dedicada exclusivamente ao desenvolvimento e disseminação de uma cultura de governança corporativa no Brasil. Seu corpo discente é formado por experientes e competentes profissionais nas mais diversas áreas envolvidas no tema governança, de ética e compliance, passando por pessoas, comunicação, sustentabilidade, estratégia, ESG e tendências.

Sim, temas que vão muito além do que tradicionalmente se imagina ao falar do tema governança. Porque o conselheiro em 2021 tem de estar atento aos temas emergentes como sustentabilidade, diversidade e inclusão, que rapidamente se tornaram narrativas hegemônicas na sociedade. Movimento que já vinha se acelerando antes da pandemia e que ganhou dimensão ainda maior na esteira da transformação digital.

Para empresas, valor e propósito se consolidaram como elementos fundamentais, verdadeiros motores corporativos. Nada mais ultrapassado hoje que a máxima de Milton Friedman em seu manifesto que definia o capitalismo de acionistas há 50 anos: “o negócio do negócio é negócio.”

Claro que neste novo contexto, o negócio do negócio passou a contemplar as necessidades de todos os stakeholders envolvidos e os impactos sobre o conjunto de partes interessadas, a sociedade e o meio ambiente. Hoje, tornou-se impossível pensar construção e manutenção de reputação de uma marca sem focar o negócio em metas claras de ESG. Os pilares ambiental, social e de governança não só devem estruturar as práticas corporativas, como definir os relacionamentos dentro e fora das empresas, de modo a garantir a realização dos objetivos e metas da organização.

Em um mundo em constante transformação, o novo normal aponta para novos paradoxos. Nas palavras do mestre e mentor da turma, Celso Ionaga, precisamos aprender a fazer novas perguntas. “What is next – o que vem por aí é a chave para o sucesso. E não basta nos adaptarmos, precisamos nos preparar para o desconhecido.

Ficam para sempre as perguntas provocativas que Ionaga nos desafiou a fazer o tempo todo: O que eu sei sobre o que sei? O que não sei sobre o que sei? O que sei sobre o que não sei? O que não sei sobre o que não sei?

É preciso entender que os princípios básicos da governança corporativa envolvem transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade. Nós, conselheiros de hoje e do futuro, temos de exercitar o pensamento crítico o tempo todo, fazendo as perguntas certas, sendo diligentes, olhando o todo e as partes envolvidas, pensando nos impactos na sociedade e no meio ambiente. E, buscando sempre, a decisão correta.

Pois, como nos ensinou o mestre Ionaga: “na dúvida, faça o que é certo!”

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