Arthur Nobre
“A nova fronteira da Publicidade é fazer uma comunicação cada vez mais imersiva. É uma espécie de contextualização do estímulo publicitário dentro do que a pessoa queira fazer”, afirma Fernand Alphen (dir.), Co-Presidente da Fbiz, ao lado de Paulo Loeb.
Atrevimento, empatia e imersão (A.E.I.) ... as três palavras que resumem o novo posicionamento da Fbiz, o qual teve como ponto de partida alguns cenários e comportamentos que ficaram mais evidentes com a pandemia. A desatenção é um deles, algo cada vez mais frequente nas pessoas diante da mescla infinita de informações.
Para a Publicidade, que trabalha com a captação da atenção do indivíduo, a distração se torna um dos principais obstáculos. Em média, as pessoas são submetidas a 8 mil mensagens publicitárias por dia, muitas das quais são bloqueadas. Soma-se a isso um contexto de tomada de consciência por parte dos consumidores a respeito da privacidade na internet, do fim dos cookies de terceiros e da iminência do metaverso.
Para Fernand Alphen, Co-Presidente da Fbiz, tal cenário exige um aprofundamento das marcas para que consigam se conectar com o público de maneira genuína. “A nova fronteira da Publicidade é fazer uma comunicação cada vez mais imersiva. É uma espécie de contextualização do estímulo publicitário dentro do que a pessoa queira fazer”.
Na contrapartida de insistir nas mensagens excessivas, Alphen afirma que a Publicidade precisa de uma abordagem composta por atrevimento e empatia. “Todos os dados do mundo não conseguem substituir nossa capacidade intuitiva de perceber o que profundamente está atingindo nosso consumidor”. E toda essa sutileza no digital será fundamental para, paradoxalmente, as empresas obterem sucesso na publicidade imersiva.
Na prática, isso já vem acontecendo em alguns trabalhos desenvolvidos pela Fbiz – como a inserção de Jeep no Cidade Alta, um dos maiores servidores de GTA RP do país. No ambiente virtual, marca e agência veicularam um comercial para o Novo Compass, além de promoverem o Jeep Game Experience, o primeiro test-drive realizado de maneira totalmente online.
Deste pensamento, originou-se a assinatura institucional “attention makers”. Com relação a expressão visual da marca, o Fbiz deixa de ter o ponto entre o “F” e o “biz”, além de adotar um tom de amarelo mais cítrico.
“Tivemos alguns momentos de virada, como quando passamos a atender a Netshoes, e quando fomos comprados pelo WPP. Nem todas as respostas estão aqui. Nosso desafio é engajar todos os colaboradores e clientes com rigor científico, como diz nosso Chief Imagination Officer, Marcelo Lacerda. Mais do que uma tagline, isso é um norte que nos orienta não somente para o trabalho que vai para a rua, mas para o treinamento das pessoas. Este é um ciclo rico e, talvez, de todos os que tivemos, o que mais traz atrevimento”, diz Paulo Loeb, Co-Presidente da Fbiz.
Segundo Alphen e Loeb, o novo posicionamento contemplará antes de mais nada os talentos que já estão na agência e os que virão. “Muitas agências se transformaram num lugar meio chato de trabalho. À medida que as coisas foram ficando automatizadas, começou a ficar menos atraente para as pessoas talentosas, originais e criativas trabalhar num lugar em que a propaganda está pré-fabricada. Então, esses talentos vão para lugares em que poderão, de fato, contribuir com suas ideias”, pontua Alphen.