Segundo dados do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), o crescimento de vagas deverá ser de 9,2% em comparação a 2018
Na contramão do desemprego, os estágios universitários devem abrir milhares de vagas até o fim deste ano. Segundo dados do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), o crescimento deverá ser de 9,2% em comparação a 2018, alcançando 20,2 mil oportunidades em diversas áreas.
Mesmo com grande oferta, a maior parte dos processos seletivos de estagiários são longos e exigentes, demandando maior preparo dos candidatos. Para a especialista em carreiras e diretora da Febracis Campinas, Lilian Carmo, os estágios são a porta de entrada para grandes corporações e para um futuro promissor. “As companhias fazem grandes investimentos em processos de seleção de estagiários a fim de se tornarem o berço de grandes talentos, portanto, o processo de seleção é mais rigoroso. Para o candidato, é fundamental estar preparado em cada etapa, sobretudo nas presenciais, onde as competências comportamentais são avaliadas”.
A especialista destaca que as competências comportamentais são aquelas além do currículo técnico e têm sido muito exigidas atualmente. Entretanto, esbarram na cultura da geração Z, os “nativos digitais”, que tiveram influência digital forte e carecem destas habilidades.
“Destaco as habilidades de comportamento, ou soft skills, pois são elas que têm faltado nos profissionais de hoje. No caso da geração Z brasileira, nascidos a partir dos anos 2000, a hiperconectividade afeta a construção de conexões emocionais e de autocontrole, que são fundamentais para lidar com a pressão do mercado de trabalho”, afirma a executiva da Febracis.
A maioria dos processos de seleção de estágios seguem etapas básicas como análise de currículos, testes online de gramática, lógica e inglês, dinâmicas de grupo, entrevistas, painéis com gestores e contratação. Neste sentido, é comum que o candidato trilhe um caminho que leva cerca de 4 meses, facilitando o preparo entre as etapas.
Segundo Lilian, esse intervalo é propício para trabalhar as competências comportamentais e explica quais são as quatro mais adequadas aos estagiários: “É possível trabalhar algumas soft skills conforme o candidato avança na seleção, priorizando quatro: Visão de dono, que denota a responsabilidade e autonomia nas atividades; Comunicação efetiva, que evidencia a capacidade de se posicionar, se expressar e ouvir; Relacionamento interpessoal, que expõe a capacidade de dar e pedir ajuda, além de capacidade de trabalho em grupo; e Empatia, que traz a essência da nova relação das marcas com seus consumidores, centrada na experiência e não apenas na entrega”, orienta.