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Adeus ao jornalismo com bom-humor

Segunda baixa no jornalismo da Rede Globo essa semana, Chico Pinheiro se despede da emissora após 43 anos de serviços, somando passagens por programas como Bom Dia Brasil, Bom Dia São Paulo, Jornal Nacional e o Jornal da Globo

Divulgação

Chico Pinheiro deixa a Rede Globo após 32 anos.

A Rede Globo dá sua segunda baixa no jornalismo essa semana. Após Carlos Tramontina sua aposentadoria após 43 anos de parceria, é a vez de Chico Pinheiro se despedir da emissora da família Marinho. O anuncio foi feito nesta sexta-feira (29), após 32 anos de serviços prestados. Ancora do Bom Dia Brasil, o jornalista era o responsável pelas principais notícias da manhã, sem nunca deixar de lado a indignação com o noticiário e com a realidade brasileira.

Ele combinou comigo que esperaria o fim de mais uma brilhante transmissão do Carnaval, a que se dedica há 20 anos, para que esse anúncio fosse feito, numa sexta-feira”, contou Ali Kamel, diretor-geral de jornalismo da Rede Globo.

Conhecido pelo bom humor e pelos bordões, o jornalista formou-se na Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG) e iniciou carreira como estagiário no Diário de Minas onde, primeiro atuou na editoria Geral, depois na de Esportes. Ele ainda passou pelo Jornal do Brasil, antes de iniciar os trabalhos na Globo, no final de 1977, no cargo de chefe de reportagem, além de passar pelo Jornal Nascional, como repórter em Belo Horizonte.

Ainda na década de 1980, Chico trabalhou na Quilombo, produtora que cuidava da carreira artística do compositor Milton Nascimento, prestando serviços de assessoria de imprensa, e editou o jornal Trem Azul. Também foi chefe de gabinete do secretário de Saúde do Governo de Minas Gerais e comandou um programa de debates na TV Minas, chamado Alta Tensão.

No final de 1989, foi contratado pela TV Bandeirantes, em São Paulo, para atuar como editor e apresentador diário do programa Canal Livre, então de perfil comunitário, além de fazer comentários políticos no telejornal local noturna. Ainda na emissora, foi âncora do Jornal da Noite (1992-1993), do Jornal de Domingo (1993) e do Jornal da Bandeirantes (1993-1995). Em 1995, fez uma breve passagem pela TV Record, onde assumiu o cargo de diretor de jornalismo da e foi âncora do Jornal da Record, principal telejornal da emissora.

Ele retornou a Rede Globo em 1996, convidado como apresentador do Bom Dia São Paulo e editor do Bom Dia Brasil. Desde então, passou a apresentar também, eventualmente, o Jornal Nacional e o Jornal da Globo.

"Fui participar do projeto de criação e implantação do Bom Dia Brasil, ancorado pelo Renato Machado, editor-chefe, e do novo Bom Dia São Paulo. E encontrei uma emissora completamente diferente, tanto do ponto de vista de qualidade técnica quanto de conteúdo editorial. E fui descobrir a extrema importância que o jornalismo tem na Globo para a mudança substancial e necessária do país, das comunidades, da sociedade", contou Chico ao Memória Globo.

Chico apresentou ainda o telejornal local SPTV, na Globo, e o programa Espaço Aberto, na GloboNews, em 1998. No Espaço Aberto, entrevistou grandes nomes da música popular brasileira, como Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara e Milton Nascimento, além de atores como Walmor Chagas e Nathalia Timberg. Em 2007, o programa foi reformulado e ganhou novo nome, Sarau. Em 2013, o programa ganhou uma nova versão, o Sarau Itinerante, quando o apresentador percorre diferentes cidades brasileiras para mostrar o trabalho de artistas locais.

De nós, seus colegas e amigos, fica o reconhecimento de ter convivido na redação com um dos grandes jornalistas que a televisão brasileira já produziu e uma das pessoas ‘boa gente’ com quem já compartilhamos histórias e experiências. Entre mim e Chico fica carinho e amizade, e muitas sextas-feiras por vir. A ele, agradeço em nome da Globo por toda a contribuição que deu ao nosso jornalismo”, finalizou Kamel, em nota oficial emitida pela emissora.