Imagine uma empresa que precisa lançar um produto no mercado e que, como norma, utilize uma equipe para atuar em conjunto nas etapas desse projeto que, simplificadamente, ficaria responsável por entende-lhe o escopo (requisitos), a estrutura (especificação), a programação (construção), testar, divulgar e comercializar esse material.
O primeiro desafio para o cumprimento da meta proposta seria escolher qual o melhor modelo de gestão a ser utilizado, porque independentemente do porte da empresa ou de seu setor de atuação, será preciso que se adotem medidas que compreendam ações de marketing, finanças e outras, que se encaixem em seus objetivos.
Abro aqui um parêntese para colocar que os modelos não devem ser confundidos. O modelo de gestão é um esquema ou quadro de referência utilizado para a administração. Já o de negócio refere-se a um formato demonstrativo sobre como a empresa realiza suas transações.
No mercado, há vários formatos de gerir pessoas e seus trabalhos, sendo eles: democrático (que contribui no engajamento); meritocrático (auxilia no engajamento por mérito); com foco em resultados (facilitador de soluções mais rápidas); com foco em processos (ajuda no aprimoramento de execuções); por cadeia de valor (permite o atendimento às necessidades dos clientes) e outros.
Todavia, o mais atual a ser considerado é o de gestão ágil, por ser facilitador no gerenciamento de mudanças por intermédio da utilização de avançadas ferramentas digitais.
Provavelmente por conta dessa metodologia, acredita-se que a esse último mencionado seria útil apenas como um modelo de controle para desenvolvedores em tecnologia da informação (TI) ou para empresas que utilizem projetos híbridos (interdisciplinam metodologias), o que não é verdadeiro.
Em recursos humanos, onde os principais modelos de gestão são o autocrático (auxilia de centralização de decisões em suas chefias), o flexibilizado (aquele que tem maior participação dos colaboradores nas tomadas de decisão) e por competência (ajuda no desenvolvimento da autonomia dos funcionários), por exemplo, a gestão ágil já está sendo utilizada.
Isso porque, quando em 2001, um grupo de programadores fez o manifesto que sumarizou esse método – “Manifesto Ágil” – em prol do desenvolvimento de um software que objetivasse aprimorar processos para aumentar a satisfação da clientela com foco em entregas rápidas e contínuas, a área já havia começado a observar as funcionalidades desse processo a título de aproveitá-las.
Junta-se isso ao avanço tecnológico atual, percebe-se o abre portas a essa metodologia que já está sendo então aplicada em diferentes áreas que não apenas o RH, devido a três principais benefícios que se acrescentam à própria fluidez desse processo:
Os colaboradores realizam suas tarefas a partir de um fluxo bem definido, de acordo com a diligência, sem grandes necessidades de “aprovações” (nem para a demanda e nem para o feedback por ela proporcionado).
A construção do projeto é conjunta, evitando retrabalhos (não aprovação ou acréscimo de detalhes no ato da entrega).
Elimina-se o tempo gasto com o planejamento sem ações mais garantidas, com a ideia de que tal planificação comumente é afetada pela veloz alteração das decisões estratégicas motivadas pela concorrência do mercado.
A “empresa imaginária” com a qual encabecei este artigo exemplifica a singularidade do modelo em questão, tendo em vista que, para a obtenção dos resultados nesse caso, a equipe deverá ser formada por colaboradores eficientes, eficazes e produtivos.
Digo eficientes, porque deverão fazer as coisas da forma certa, ainda que com poucos recursos; eficazes porque precisarão alcançar o resultado esperado, com foco na solução do problema e produtivos; pois deverão apresentar capacidade de criação, a título de que vençam a acirrada concorrência do atual mercado.
Segundo Philip Kotler[1], “O design é o fator que oferecerá à empresa uma constante vantagem competitiva. [...] é o conjunto de características que afetam a aparência e o funcionamento do produto em termos das exigências do cliente.”
O avanço dos estudos em tecnologia da informação (TI), encontrou na gestão ágil, o incentivo para o desenvolvimento de designs de softwares diferenciados, o que pode ser considerado como fator decorrente, posto que não se conseguiria gerir de formas diferenciadas dentro da tradicionalidade das metodologias anteriores e, menos ainda, levando-se em consideração os processos atuais de desenvolvimento, determinados pelas contínuas mudanças de mercado, maior participação dos clientes e outras.
Há assim, uma lista[2] com treze ferramentas (softwares) de gestão que mais estão sendo utilizadas - Artia, Slack, Podio, Asana, Bitrix24, Gantt Project, Microsoft Project, Runrun.It, Hibox, Wrike, Operand, Jira e Trello – e que apresentam variantes funcionais que agregam fundamentos em transparência, comunicação e responsabilidade, a fim de satisfazerem os 12 (doze) princípios que compõe a metodologia ágil, ou seja:
O resultado satisfatório desses softwares que, diga-se de passagem, já conseguem ser baixados em dispositivos móveis na “versão aplicativo”, é marcado pela liberdade com que cada membro da equipe adquire para trabalhar da maneira que preferir, fato este que acarreta aumento de produtividade e consequente impacto de aceleração na entrega.
A opção pela gestão ágil permite a compreensão de que esse modelo de gerir não se resume em um processo, mas antes, em uma aquisição de “novo olhar” para que se consiga melhores formas interpretativas sobre as transformações e o quanto essas requerem dos gestores, um aprendizado constante para que, a partir de então, sintam-se capazes de investir em uma nova escolha, qual seja, na mais assertiva para suas empresas, entre os seis métodos mais conhecidos que a compõe: Scrum, Kanban, eXtreme Programming (XP), Lean, Smart e Sprint.
Isso porque, a gestão ágil nas organizações, pode engajar pessoas motivando-lhes o envolvimento, a interação e o comprometimento, ou em outras palavras, pode “humaniza-las tecnologicamente” a partir do intento de cada projeto.
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