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Pode uma empresa de tabaco falar em ESG?

Divulgação

Bruno Pinto "Sabemos que um futuro sem cigarros é possível. Mas, para que isto aconteça, empresas e governos precisam caminhar na mesma direção."

Tenho ouvido essa pergunta do título com frequência cada vez maior. Ela envolve um pouco de desconhecimento, mas, principalmente, carrega um ceticismo muito grande por parte de alguns setores da sociedade em relação às fabricantes de um produto que gera uma externalidade negativa. Me refiro ao impacto que o consumo de cigarros causa à saúde, fazendo com que as diferentes partes interessadas no debate sejam, na maioria das vezes, muito cautelosas em relação ao propósito de uma empresa do setor, quando fala em construir um futuro sem cigarros.

Sempre respondo à questão dizendo que, para uma empresa de tabaco poder falar genuinamente sobre ESG – a sigla que ficou famosa por reunir ações ambientais, sociais e de governança –, é preciso olhar para o seu propósito e encarar de frente todas as questões relacionadas ao consumo de cigarros. Faço isso com a tranquilidade de quem tem a oportunidade de vivenciar um momento histórico e contribuir com uma empresa que optou por transformar radicalmente o seu negócio de dentro para fora, revolucionando uma indústria historicamente bem-sucedida, porém insustentável aos olhos de uma sociedade atenta e que busca no setor privado modelos de negócio que sejam net positive, ou seja, tenham uma proposta de valor que vá além de simplesmente mitigar os impactos de suas operações e cadeia de valor.  

Um exemplo prático da consistência de nossas ações em relação ao nosso propósito são as Métricas de Transformação de Negócio, um conjunto de indicadores-chave publicados anualmente pela Philip Morris International, com o objetivo de demonstrar que a construção de um futuro sem cigarros não é um mero exercício retórico. Ao contrário, está diretamente relacionada à alocação de recursos e à performance do negócio.

Sabemos que um futuro sem cigarros é possível. Mas, para que isto aconteça, empresas e governos precisam caminhar na mesma direção. Temos a certeza de que chegará um tempo em que as pessoas se lembrarão da Philip Morris International como aquela empresa que costumava vender cigarros. Hoje, em mais de 70 mercados onde nossos produtos de risco reduzido estão disponíveis, cerca de 15,3 milhões de adultos fumantes já migraram do cigarro para uma alternativa menos tóxica, que utiliza o aquecimento, em vez da combustão do tabaco.

Olhando para a nossa operação no Brasil, nosso objetivo é buscar junto à sociedade e as autoridades a construção de uma abordagem de redução de danos para o controle do tabaco, permitindo o acesso aos mais de 20 milhões de adultos fumantes a alternativas menos tóxicas.

Além desta nova abordagem de redução de danos, também estamos trabalhando e temos contribuído significativamente para a evolução dos indicadores de ESG. Algumas dessas contribuições podem ser vistas em detalhes no nosso Relatório de Sustentabilidade. Abaixo, um breve resumo das nossas principais iniciativas:

 

. A promoção de uma agricultura sustentável junto aos produtores parceiros, que respeita o meio ambiente e promove boas condições de trabalho na produção rural, através dos programas de Boas Práticas Agrícolas (GAP) e de Práticas Laborais na Agricultura (ALP). Este último alcança mais de 44 mil produtores nos três Estados da Região Sul e busca a implementação sistemática de padrões internacionais de direitos humanos junto aos produtores que fornecem de forma direta ou indireta a PMB.

. Projetos desenvolvidos nos estados da Região Sul, desde 2011, já beneficiaram cerca de 3 mil alunos nos últimos anos, a maioria filhos de agricultores familiares. São iniciativas nas áreas de inclusão digital e cidadania, modernização de unidades educacionais da rede pública, apoio ao modelo de educação e fornecimento de bolsas de estudo para jovens que estudam nas Escolas Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc) e Vale do Sol (Efasol).

. A erradicação do trabalho infantil tem sido feita com o apoio ao Instituto Crescer Legal, que oferece a oportunidade de formação a jovens aprendizes, entre 14 e 17 anos, selecionados entre as famílias de produtores de tabaco.

. A fábrica em Santa Cruz do Sul (RS) registrou, entre os anos de 2010 e 2020, uma redução de 63% no consumo de água. Foi a primeira unidade da Philip Morris International em todo o mundo – e a primeira fábrica na América Latina – a receber a certificação da Alliance for Water Stewardship (AWS).

. Em parceria com universidades, pesquisadores, autoridades e especialistas, desenvolvemos iniciativas em que pequenos produtores rurais são remunerados por serviços ambientais para proteção das nascentes dos rios localizados nas propriedades rurais de Vera Cruz (RS). Outros, em Sinimbu (RS), participam de projeto que envolve a melhoria da estrutura de captação da água e, consequentemente, sua qualidade.

. Diagnósticos socioambientais das propriedades produtoras de tabaco, feitos em parceria com a empresa Produzindo Certo, estão levando aos produtores conhecimento, melhores práticas de produção e novas tecnologias. Queremos acelerar o desenvolvimento sustentável de forma pioneira no âmbito da agricultura familiar no Brasil.

. Temos dois projetos de sucesso com a Embrapa Clima Temperado, com o objetivo de proteger a biodiversidade no âmbito da produção rural familiar, com reflexo positivo na conservação dos recursos naturais, na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável; também temos promovido a geração de renda, saúde, diversificação da matriz produtiva, contribuindo com sustentabilidade das pequenas propriedades.

Nossas iniciativas, por princípio, adotam uma abordagem colaborativa, que busca o diálogo e visões distintas das mais diferentes partes interessadas, pois assim, conseguimos pôr em prática uma estratégia de ESG que realmente tenha impacto positivo dentro da sociedade na qual estamos inseridos. Ao endereçar nossas questões mais materiais, uma empresa de tabaco tem sim legitimidade e o dever de falar e executar o ESG.

Autor: 198