Foi aprovado no dia 11 de outubro, pelo Banco Central, o registro dos quatro birôs de crédito como gestores do banco de dados do cadastro positivo: Quod, Serasa, Boa Vista e SPC Brasil. Agora, estas empresas passam a receber informações referentes operações de crédito das instituições financeiras de todos os consumidores que não pediram para sair do cadastro. Os bancos de dados, por sua vez, vão elaborar nota (score) de comportamento de pagamento dos consumidores, que será usada por quem concede crédito.
Para o cidadão, quais as vantagens proporcionadas e como irá funcionar o cadastro positivo? Quem responde a estas questões e a muitas outras sobre este novo banco de dados é Ricardo Thomaziello, diretor executivo da Quod, uma fintech gestora de bases de dados criada em 2017 pelos cinco maiores bancos do Brasil (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander). Ele é o entrevistado da jornalista Angela Crespo no programa Consumo em Pauta.
O executivo da Quod destaca que o cadastro positivo trará uma mudança significativa do ponto de vista de concessão de crédito, pois dá uma visão completa do comportamento do consumidor. “Fazendo um paralelo, o cadastro positivo é como se fosse um filme da vida financeira do consumidor, olha todo o histórico de pagamento da pessoa, ao passo que o negativo é uma foto, só retrata um determinado momento.”
Outro ponto de destaque é trazer para o mercado de crédito pessoas que ainda não estão bancarizadas, uma vez que o novo banco de dados incluirá informações de pagamento de serviços, como água, luz, telefone, etc. Se o consumidor tem pontualidade nestes pagamentos, poderá ter um score melhor.
Mas é bom que o consumidor saiba que cada banco de dados formulará sua própria nota score, que será usada pelo mercado de crédito, que também criará a sua com base no que está sendo apresentado pelas empresas que administram o cadastro positivo, mais as suas informações de relacionamento com aquele consumidor e outras informações de mercado. Isso significa que uma pessoa poderá ter uma nota boa nos bancos de dados e menor na instituição ou loja que está pedindo crédito. “Mas o consumidor terá poder de barganha com o cadastro positivo para questionar a empresa sobre os dados que ela está utilizando na construção de sua nota”, destaca Thomaziello. Ele acrescenta que a Quod fez um estudo introduzindo os dados do cadastro negativo no positivo e 40% teve uma nota melhor.
Todo consumidor entrou automaticamente no cadastro positivo, conforme determina a lei que o criou. Mas ele poderá pedir a sua exclusão a qualquer momento e, aí, só valerá, na análise de crédito, as informações armazenadas no negativo, o quer poderá dificultar na hora em que for buscar crédito no mercado.
Conforme Thomaziello, o consumidor poderá acompanhar rotineiramente suas informações inseridas no cadastro positivo gratuitamente. Só que as informações que ele terá acesso não serão as mesmas que o mercado de crédito verá. Para estes, só será apresentada a nota score. Mas ele poderá autorizar uma empresa a ter acesso a todo o seu histórico. Este consentimento só valerá para uma situação específica.
No cadastro positivo serão inseridas as informações dos últimos 12 meses do consumidor, embora a legislação fale em 15 anos. “No momento zero em que estamos do cadastro positivo os bancos de dados vão armazenar as informações a partir do último ano”, acrescenta o executivo da Quod.
Para saber mais sobre a Quod e o cadastro positivo, acesse a Rádio Mega Brasil Online nesta segunda (28/10), às 16 horas. Reapresentações na terça, às 19 horas, e na quarta, às 9 horas, em www.radiomegabrasilonline.com.br. Acompanhe também a íntegra da entrevista, em vídeo, na TV Mega Brasil, nosso canal no Youtube.