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Maternidade: Um tabu que ainda não foi quebrado

Segundo pesquisa realizada pela Nielsen, em parceria com o Opinion Box, a Maternidade ainda é malvista no ambiente de trabalho. De acordo com o estudo, 75% das profissionais gestantes foram questionadas por conta dessa fase da vida. Elas também foram perguntadas sobre a decisão de ter filhos durante as entrevistas de emprego

Divulgação

Segundo dados obtidos pela pesquisa da Nielsen, grande parte das mulheres ainda são questionadas sobre Maternidade no ambiente corporativo.

O número de mulheres que sofrem no ambiente de trabalho, independentemente do motivo, ainda é alto, principalmente quando o assunto é Maternidade. De acordo com o levantamento da segunda parte da pesquisa “Elas: Comportamentos e Barreiras”, realizado pela Nielsen, em parceria com o Opinion Box, sobre as mulheres brasileiras, 75% delas afirmaram que a gravidez é usada como razão para questionar seus trabalhos, e 88% acreditam que a possibilidades de engravidar é considerada um motivo para que não sejam contratadas.

Os dados obtidos na pesquisa revelam que tal comportamento tem início já nas entrevistas de emprego: 75% das mulheres são perguntadas sobre terem filhos durante os processos seletivos, contra 69% dos homens. Além disso, 52% delas afirmaram terem sido questionadas sobre onde deixariam seus filhos durante o período de trabalho, e 23% disseram ter se sentido desconfortáveis com esse tipo de pergunta durante a entrevista.

A pesquisa, realizada entre fevereiro e março de 2022, foi feita com 1.000 pessoas maiores de 18 anos por todo o Brasil, das quais 69% eram mulheres, 24% homens e 7% optaram por não responder seu gênero.

 

Mansplainning e Manterrupting

Quando um homem explica algo a uma mulher de maneira condescendente, sem considerar que ela já possui conhecimento sobre o tema, isso é chamado de “Mansplainning”. A porcentagem de mulheres que já presenciaram, ou passaram por essa situação no ambiente de trabalho é alta (48%), embora ainda se trate de um conceito pouco familiar entre elas – apenas 21% das entrevistadas disseram conhecer a expressão.

Já quando um homem interrompe a fala de uma mulher, a ponto de impedi-la de emitir alguma opinião sobre determinado assunto, isso é denominado “Manterrupting”, e é algo ainda mais frequente no ambiente corporativo. Da porcentagem de 23% das mulheres que conhecem a expressão, 54% delas testemunharam ou foram vítimas da prática.

Quando se fala na questão racial, os números aumentam: 58% das mulheres que se consideram pretas, já passaram por situações de “Mansplainning” no trabalho e 60% afirmaram já terem sido vítimas de “Manterrupting”.

Esta é a primeira vez que levantamos dados acerca de ‘Manterrupting’ e ‘Mansplainning’, por isso não temos comparação com anos anteriores. Entretanto, este primeiro olhar revela que ambos são temas relevantes para serem promovidos dentro e fora do ambiente corporativo”, comenta Sabrina Balhes, Líder de Measurement da Nielsen.

 

Assédio

Ainda de acordo com o levantamento, quando se trata de Assédio, cerca de 92% das mulheres afirmaram saber o que é, e 46% já sofreram ou presenciaram tal situação no trabalho, especialmente na faixa etária entre 24 e 45 anos.

 

Cuidados com a casa

A pesquisa também mostrou que as mulheres ainda são vistas e consideradas como as principais responsáveis por cuidar da casa. Para 22% das entrevistadas trata-se de sua principal atividade durante o dia, contra apenas 2% dos homens. No Brasil, em 2019, elas se dedicaram aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos por quase o dobro do tempo que os homens – 21,4 horas contra 11 horas, segundo dados do IBGE.

 

A percepção deles

Quando provocados a pensar sobre as mulheres em cargos de liderança, bem como sua capacidade no trabalho, 68% dos homens acreditam que elas são tão capazes quanto eles, enquanto 58% afirmaram se sentir confortáveis por elas estarem em posições superiores às deles ou em cargos de chefia.

Entretanto, para 16% deles as mulheres não são tão capazes quanto eles, sobretudo para os homens na faixa etária acima de 55 anos de idade. Entre os entrevistados, 13% se sentem desconfortáveis por elas ocuparem cargos mais altos ou de liderança, sendo essa opinião mais frequente na faixa de idade entre 18 e 45 anos.