Vivi em Nova York uma semana de intensas emoções e de muito orgulho de ser mulher, por poder lutar com aquelas que reescreveram a história. Vivenciar uma semana repleta de liderança feminina, em uma cidade tão emblemática para o mundo dos negócios, me fez ter a certeza de que chegamos ao lugar onde deveríamos estar desde sempre.
Estou muito bem acompanhada pelo grupo Mulheres do Brasil, que reúne hoje mais de 105 mil participantes de 122 cidades do Brasil e 39 do exterior, em 22 países. Além de lançar oficialmente o núcleo do grupo na cidade norte-americana, totalizando agora 151 representações ao redor do mundo, prestigiamos a Luiza Helena Trajano se tornando a terceira mulher a receber o prêmio de Personalidade do Ano, pela Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos.
As mulheres são mais da metade da população brasileira. Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), são 104 milhões de mulheres que estudam, trabalham, lutam e buscam conquistar um lugar mais digno e justo na sociedade. Essas mulheres não ficam só esperando mudanças, e a Luiza é a representação de todas elas, mostrando que é possível chegarmos ao topo e sermos referência.
Em um dos discursos de Trajano, ela disse: “A guerra não tem cara de mulher”. E não tem mesmo! Nós somos beleza, somos intensas, leves, diversas e generosas. Quando cito generosidade, estou falando do poder das mulheres em multiplicar emoções e de quando chegar ao poder levar outras consigo. Nós mulheres nunca tivemos acesso ao poder, nunca tivemos representações em cargos de liderança e vamos continuar corrigindo esses erros históricos.
Em um estudo recente realizado pela Grant Thornton, as mulheres ocupam apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil. Nós do grupo Mulheres do Brasil lutamos por mais mulheres em Conselhos e Diretorias. Nossa meta é atingir 50% de presença feminina em cargos de liderança nos próximos cinco anos. Lutamos por igualdade de oportunidades entre gêneros e raças e para que a nossa voz ecoe em todos os espaços de poder.
Mais do que nunca é preciso dar visibilidade para as mulheres que chegaram lá, para que assim tenhamos a quem olhar e nos inspirar. Costumo dizer que precisamos ser faróis para que outras mulheres consigam enxergar e queiram estar nesses lugares. Hoje, somos o exemplo das gerações que estão vindo e precisamos de muito mais. O lugar onde chegamos foi um espaço conquistado e merece ser compartilhado para que continue inspirando sonhos.
Nossa principal missão é mostrar que é possível realizarmos nossos sonhos. Mas como fazer novas mulheres acreditarem que elas também podem? Como mostrar que elas são capazes? É fato que nunca tivemos um espaço tão próspero e fértil para que pudéssemos plantar boas sementes. Nossa maior barreira é não acreditar que podemos e nós vamos mudar isso. Para completar a frase de Luiza Helena Trajano: “A guerra não tem cara de mulher, mas o poder agora tem!”.
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