Divulgação / LinkedIn
“O que a gente vai falar aqui hoje é a respeito do ‘Estudo de Atitudes Sobre Igualdade de Gênero’ – ou ‘GE’, como a gente chama internamente na ONU Mulheres. Trata-se de um estudo bianual, e que, neste ano, traz um recorte para o Brasil. Ele foi lançado pela Aliança Global Sem Fronteiras, e no Brasil ele dialoga bastante com uma pesquisa que lançamos anualmente – a pesquisa ‘TODXS’ – que, desde 2015, mapeia como questões de gênero e raça são representados na Publicidade”, contou Daniele.
A ONU Mulheres, em parceria com a Johnson & Johnson, Kantar, Procter & Gamble e Unilever, divulgou recentemente os resultados de um levantamento realizado em 20 países a respeito da equidade de gênero. O objetivo era identificar o quanto o tema havia avançado significativamente nas últimas décadas. Contudo, o que se viu na pesquisa “The Levers of Change: Gender Equality Attitudes Study 2022” – divulgada durante a edição deste ano do Festival Cannes Lions – foi um caminhar ainda bastante lento nas ações, principalmente levando em conta a importância da pauta na atualidade. O que se constatou foi que, ainda que a população reconheça o significado da evolução do tema em seus países, pensamentos contrários também prevalecem, como resultados de uma regressão.
E para discutir sobre essa questão, o JCC Entrevista que foi ao ar no último dia 8 de julho, na Rádio Mega Brasil Online, recebeu Daniele Godoy, Gerente do Projeto Aliança Sem Estereótipos no Brasil, da ONU Mulheres, uma plataforma global de reflexão e ação para eliminar estereótipos de gênero na mídia e no conteúdo publicitário.
“O que a gente vai falar aqui hoje é a respeito do ‘Estudo de Atitudes Sobre Igualdade de Gênero’ – ou ‘GE’, como a gente chama internamente na ONU Mulheres. Trata-se de um estudo bianual, e que, neste ano, traz um recorte para o Brasil. Ele foi lançado pela Aliança Global Sem Estereótipos, e no Brasil ele dialoga bastante com uma pesquisa que lançamos anualmente – a pesquisa ‘TODXS’ – que, desde 2015, mapeia como questões de gênero e raça são representados na Publicidade”, contou Daniele.
Dentre os pontos abordados durante a entrevista, Daniele destacou alguns tópicos da pesquisa que chamaram a atenção pelos seus resultados. A pesquisa evidenciou, por exemplo, como o comportamento da sociedade – não apenas a brasileira, mas a global – ainda tende a colocar a mulher em uma posição de inferioridade em relação ao homem. E isso pode ser percebido em vários âmbitos: mercado de trabalho, conceito de família, liberdade sexual, política e até mesmo a mídia.
Para Daniele, não é possível atribuir a um só motivo as causas desse retrocesso na equidade de gênero. Porém, ela destacou que a mídia exerce forte influência no assunto, seja para ditar tendências, ou para propagar mudanças. “A Publicidade tem o poder de influenciar o que a sociedade diz e de gerar mudanças, mas também tem a responsabilidade de refletir mudanças sociais. Então se as organizações desse ecossistema não se integrarem e não mudarem essa narrativa interna, implementando políticas sólidas de Inclusão e Diversidade, essas narrativas conservadoras tendem a ganhar força sim”, comentou Daniele durante a entrevista.
Olhando para o futuro, tanto a pesquisa “GE” quanto Daniele concordam que ainda há muito o que se fazer para que essa realidade mude. O caminho é longo, porém, a pesquisa também mostra que grande parte da população acredita que a equidade de gênero é algo essencial no tratamento de homens e mulheres.
“A minha fala final se relaciona com esse chamado contínuo à sensibilização das empresas e das pessoas para que elas contribuam como parceiras estratégicas da ONU Mulheres, para que elas não deixem ninguém para trás”, diz Daniele.
O bate papo na íntegra com Daniele Godoy está disponível em streaming no canal da Rádio Mega Brasil Online e no Spotify.