O CEO da SYOS, Paulo Lerner é o convidado do Consumo Em Pauta dessa semana
A pauta agora é sobre o consumidor... vem aí, Consumo em Pauta, aqui na Rádio Mega Brasil Online!
Comprar produtos congelados e refrigerados exige muita atenção do consumidor. É preciso olhar a temperatura da geladeira ou do freezer do estabelecimento comercial, para saber se eles estão armazenados na temperatura ideal. É importante (mas não fundamental) transportá-los em bolsas térmicas. Por fim, ao chegar em casa, colocá-los o mais rápido possível no refrigerador ou no freezer.
Outro ponto que se precisa de cuidado é verificar se a temperatura tanto do freezer quanto do refrigerador domésticos é a ideal para aquele item. “Esses eletrodomésticos são construídos já prevendo a temperatura correta. Entretanto, se o consumidor mexer nela, precisa olhar com atenção a indicação da temperatura na embalagem do produto”, pontua Paulo Lerner, CEO da Syos. A startup brasileira desenvolveu uma plataforma de gestão da cadeia de frio para o varejo que otimiza a operação dos refrigeradores por meio de inteligência artificial, o que garante produtos perecíveis sempre na temperatura certa.
Cuidado com produtos, cuidado com a saúde
Lerner destaca que nos Estados Unidos uma em cada seis pessoas sofre com doenças transmitidas por alimentos, as chamadas DTAs. No Brasil os números também são impressionantes. De 2007 a 2020, foram notificados, por ano, uma média de 662 surtos de doenças alimentares, com o registro de 156.691 doentes, 22.205 hospitalizações e, infelizmente, 152 óbitos. O Ministério da Saúde classifica este problema no rol das Doenças de Transmissão Hídrica e alimentar (DTHA), que são aquelas causadas pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados.
De acordo com o especialista da Syos, a contaminação do alimento pode ocorrer desde o momento do plantio, passando pelo processamento, armazenamento, distribuição e transporte e até preparo da comida. Por isso, é preciso estar atento às normas sanitárias e de segurança alimentar. “As baixas temperaturas na conservação de alimentos são fundamentais para a diminuição da reatividade química e da atividade enzimática, além de inibir a multiplicação e a atividade de microrganismos”, observa o executivo da Syos.
Consumidor deve fazer sua parte
Diante de números expressivos de contaminação, cabe, portanto, ao consumidor fazer a sua parte. Isto é, tomar os devidos cuidados na hora da compra, no transporte e no preparo dos alimentos perecíveis.
Precauções com alimentos congelados e refrigerados
Conforme Lerner, o consumidor não deve comprar alimentos refrigerados ou congelados que estiverem fora da geladeira ou do freezer. E, claro, sempre olhar o termômetro desses equipamentos. Caso não estejam com a temperatura ideal, comunicar o fato ao estabelecimento. A temperatura ideal pode ser verificada na embalagem do produto. “A comunicação é fundamental para que medidas corretivas sejam tomadas o mais rápido possível. Isso é muito importante e pode salvar vidas.”
Água próxima ao equipamento é um indicativo de que o equipamento não está funcionando adequadamente. Pior: ele pode ter sido desligado por um período. “É raro, mas alguns estabelecimentos desligam o equipamento para economizar na conta de energia elétrica”, lembra. Embalagens com cristais de gelo é também um sinal de que o produto sofreu um descongelamento.
Os produtos congelados devem estar sólidos, duros. Já os refrigerados devem parecer frios.
Especificamente sobre frutos do mar, é importante certificar-se de que estejam bem embalados, em gelo, e os pacotes bem lacrados.
Outras dicas
- Não compre alimentos prontos para consumo que foram deixados sem nenhuma cobertura ou embalagem em cima de balcões;
- No setor de frios, verifique se a equipe que está manipulando os alimentos está usando equipamentos e uniformes limpos. Observe também se eles lavam as mãos frequentemente e se, ao manusear diferentes tipos de alimentos, têm a precaução de não usar os mesmos utensílios;
- Deixe para pegar os alimentos congelados ou refrigerados quando estiver terminado as compras no mercado, assim eles ficarão menos tempo em temperatura ambiente dentro do seu carrinho;
- Caso disponível, leve uma bolsa térmica para armazenar os alimentos perecíveis durante o transporte até a residência;
- Coloque carne crua, aves e frutos do mar em sacos plásticos antes de arrumá-los no carrinho do mercado. Isso evitará que eles vazem e respinguem sobre outros alimentos, como pão ou folhas de alface, por exemplo;
- Leve os mantimentos para casa o quanto antes e armazene-os na geladeira ou no freezer assim que chegar;
- Não coloque as sacolas com alimentos perecíveis no porta-malas do automóvel durante o verão. Prefira levá-los com você dentro do carro e, de preferência, com ar-condicionado ligado;
- Refrigere ou congele os itens perecíveis assim que chegar em casa, isso evitará que eles descongelem ou fiquem em temperaturas inadequadas;
- Descongele os produtos na geladeira e não em temperatura ambiente, para evitar que estraguem por exposição em temperatura inadequada. O uso de água quente ou da exposição ao sol para acelerar o descongelamento propicia o surgimento e proliferação de bactérias e não é nada recomendável. Em caso de urgência, utilize o micro-ondas, para os produtos que serão consumidos imediatamente;
- Atenção: Muitos produtos não refrigerados precisam ser conservados em geladeira após abertura. Leite é um exemplo disso. Isso acontece porque a embalagem impede a entrada de oxigênio e proliferação de microbactérias. Uma vez aberto, precisa ser conservado no frio;
- Não compre produtos que estão sujos ou mofados ou com embalagem danificada, com furos, rasgos ou aberturas.
O programa Consumo em Pauta é apresentado pela jornalista Angela Crespo todas as segundas, às 16h, com reapresentações as terças, às 09h, e as quintas, às 19h, na Rádio Mega Brasil Online.
O programa também é disponibilizado, simultaneamente com a exibição de estreia, no Spotify, e em imagens, na TV Mega Brasil.