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Por mais mulheres negras nos Conselhos de Administração

Em sua terceira edição, o projeto “Conselheira 101”, que tem como uma das fundadoras a advogada Lisiane Lemos (foto), pretende formar 40 profissionais negras para ocuparem cadeiras nos Conselhos Administrativos das empresas

Divulgação

Segundo Lisiane Lemos, advogada e especialista em Transformação Digital, e também fundadora do projeto, reforça que essa terceira edição do programa será maior do que as duas anteriores – serão 40 profissionais formadas –, uma vez que as primeiras serviram para que o grupo entendesse que existem muitas mulheres preparadas para embarcar nessa jornada.

Não bastasse o acesso das mulheres negras ao mercado formal de trabalho ainda ser considerado um desafio para a sociedade brasileira, a presença dessas profissionais nos Conselhos Administrativos – a posição mais alta na hierarquia das empresas – é um assunto ainda mais complexo. Segundo dados divulgados pelo Instituto Ethos, apenas 4,2% dos Conselhos Administrativos das empresas é composto por mulheres negras.

A fim de tentar solucionar essa questão por meio da formação e qualificação dessas profissionais, o projeto “Conselheira 101”, que já está em seu terceiro ano, promove uma nova edição de seu programa de capacitação, voltado à formação e capacitação de mulheres negras para que assumam posições de Conselheiras Administrativas.

Nas edições anteriores, o “Conselheira 101” foi responsável por formar 37 profissionais. De acordo com Ana Paula Pessoa, Chair da Credit Suisse Brasil e uma das fundadoras do projeto, a iniciativa conseguiu promover diálogos sobre inclusão racial nos Conselhos do país. “Identificamos mulheres negras e altamente qualificadas para qualquer posição em empresas brasileiras. Identificamos pessoas talentosas e capazes, além de criarmos um ambiente corporativo de estímulo contínuo”, pontuou a executiva.

Lisiane Lemos, advogada e especialista em Transformação Digital, e também fundadora do projeto, reforça ainda que essa terceira edição do programa será maior do que as duas anteriores – serão 40 profissionais formadas –, uma vez que as primeiras serviram para que o grupo entendesse que existem muitas mulheres preparadas para embarcar nessa jornada. “Manteremos a versão online, para contemplar mulheres negras de todo o país. Seguimos mantendo a rotatividade dos nossos palestrantes, para que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer as Conselheiras”, explicou a advogada.

Para as fundadoras, o “Conselheiro 101” é uma forma prática de a indústria agir para tentar reparar uma questão que, na teoria, já vem sendo muito falada no mercado. “Começamos uma jornada sem volta rumo à diversidade racial nos Conselhos. Não podemos dizer que não há mulheres negras preparadas, ou que não sabemos onde elas estão”, reitera Marienne Coutinho, sócia da KPMG no Brasil e Conselheira da WCD e ICC.

Por fim, Patricia Molino, também sócia da KPMG no Brasil, lista como é possível, em conjunto, mudar uma situação de exclusão racial. “Com intencionalidade, metas agressivas, ambiente colaborativo, planejamento detalhado e execução cuidadosa, o ‘Conselheira 101’ criou pontes e transformou pessoas, Conselhos e vieses sobre o preparo e a disponibilidade de talentos femininos negros”, diz.