Giordano Toldo
“Uma comunicação antirracista é, em primeira análise, aquela que reconhece que vivemos em um país em que o racismo é presente na sociedade. Assim, combate-se a percepção estrutural de que muitos brasileiros não se entendem como racistas, por isso evitam problematizar esse tema. Sem reflexão, não há enfrentamento, e o panorama de exclusão perdura”, pontua Wagner Machado, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS e que possui uma década de trajetória acadêmica na instituição.
Segundo dados divulgados pelo IBGE, pretos e pardos representam cerca de 54% da população brasileira. Contudo, a discriminação racial perdura como um problema histórico presente de forma estrutural no país. Um espaço de mediação das relações sociais, a comunicação, em muitos casos, tem sido parte desse processo, contribuindo para a manutenção de estereótipos discriminatórios. Um tema urgente e fundamental, a Comunicação Antirracista estimula o debate de processos históricos de racismo e promove a reflexão acerca de uma atuação profissional consciente.
“Uma comunicação antirracista é, em primeira análise, aquela que reconhece que vivemos em um país em que o racismo é presente na sociedade. Assim, combate-se a percepção estrutural de que muitos brasileiros não se entendem como racistas, por isso evitam problematizar esse tema. Sem reflexão, não há enfrentamento, e o panorama de exclusão perdura”, pontua Wagner Machado, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS e que possui uma década de trajetória acadêmica na instituição.
Ao lado do jornalista e professor, Maikio Guimarães, o doutorando ministrará a primeira edição do “Curso de Extensão em Comunicação Antirracista”, promovido pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. A formação acontece entre os dias 22 e 24 de agosto, com aulas online ao vivo. As inscrições podem ser feitas pelo site.
“Precisamos, cada vez mais, de uma qualificação que diminua preconceitos e estereótipos internos para que os profissionais consigam ter um olhar mais sensível às causas sociais dentro e fora de uma empresa”, diz Machado, que afirma ser essencial a promoção de espaços de formação para o combate ao racismo.
Doutor em Ciências Sociais, Guimarães também reforça a necessidade de entender como o racismo criou raízes no Brasil e o papel da Comunicação nesse processo. “Durante boa parte do século 20, a Comunicação contribuiu para propagar e reforçar estereótipos negativos sobre as pessoas negras. Como estamos em outro momento histórico, é justo demonstrarmos como a Comunicação pode ser útil no combate ao racismo. A Famecos vive uma nova fase. Penso que o ‘Curso de Extensão sobre Comunicação Antirracista’ faz parte deste bom momento da instituição”, salienta.
Machado aponta, ainda, a urgência de que a Comunicação seja redefinida por meio de perspectivas plurais que deem conta da emergência de subjetividades subalternizadas. “Dessa forma, temáticas de raça e racismo podem ser vinculadas a todos os campos de conhecimento. Se na universidade, esses temas foram abordados de maneira tímida, na vida profissional isso não pode mais ser repetido, sob pena de trazer prejuízos para a empresa contratante e contratados. É preciso se qualificar para suprir as lacunas do passado e evitar novos erros, sobretudo os que têm penalização legal”.
“A Comunicação e os profissionais são propulsores das transformações e têm a responsabilidade de assumir, em definitivo, as ações afirmativas de combate à desigualdade étnico-racial. Como escola que forma atuais e futuros comunicadores, estamos muito entusiasmados em oferecer esse curso para a sociedade”, afirma Rosângela Florczak, professora e decana da Famecos.
Serviço
Curso de Extensão em Comunicação Antirracista
Data: 22/08 a 24/08
Horário: 19h às 22h15
Formato: Aulas online
Investimento: R$ 282,00 (público geral). Estudantes e colaboradores da PUCRS, Hospital São Lucas, Tecnopuc e Rede Marista possuem descontos.
Inscrições pelo link