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Mercado, consumo, inovação e reputação: O potencial dos diversos

Nesta sexta-feira (16), o décimo dia da Maratona do 25º Congresso trouxe para a sua sexta Mesa-Redonda a discussão acerca da importância da Diversidade e da Inclusão dentro das empresas e o quanto é necessário investir nisso e reeducar a sociedade sobre o assunto. Participando desta palestra, Márcia Rocha (foto), fundadora da Transempregos. Confira, a partir das 13h, no canal da Mega Brasil no YouTube

Divulgação

O décimo dia da Maratona do 25º Congresso apresenta, na íntegra, as participações de Márcia Rocha (Projeto Transempregos), Ludmilla Lavigne (OEC), Wallace Faria (SAP) e Carolina Figueiredo (Philip Morris Brasil).

A 25ª edição do Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas aconteceu na Unibes Cultural, um dos espaços culturais mais emblemáticos de São Paulo e do Brasil. Sob a temática central “Diversidade, Conectividade e Credibilidade – A Era da Comunicação Transformadora”, a edição deste ano trouxe para o público uma programação com diversas palestras pensadas em assuntos que pautam a nossa sociedade de hoje.

E dando continuidade aos trabalhos desta 25ª edição, na tarde de 19 de agosto, o Congresso realizou a sua sexta Mesa-Redonda, focada na Diversidade, Equidade e Inclusão. Intitulada “Mercado, Consumo, Inovação e Reputação: O potencial dos diversos”, o painel trouxe para o centro das discussões a importância de se falar e praticar ações relacionadas à Diversidade e Inclusão dentro das empresas e, mais que isso, sobre como reeducar a sociedade a respeito do assunto.

E marcando presença nesta sexta Mesa-Redonda, o painel contou com as participações de Márcia Rocha, Conselheira Seccional da OAB/SP e fundadora e Coordenadora do Projeto Transempregos; Ludmilla Lavigne, Diretora de Pessoas, Planejamento e Organização da OEC; Wallace Faria, Gerente de Comunicação Integrada e Responsabilidade Social na SAP; e Carolina Figueiredo, Diretora de Estratégia da Philip Morris Brasil. A mediação ficou à cargo de Marco Ornellas, Diretor de Conhecimento e Aprendizado na ABRH.

É urgente que a gente saia daqui refletindo sobre o assunto, mas que, de fato, possamos fazer alguma coisa para mudarmos esse cenário”. Foi com essa frase que o mediador Marco Ornellas deu início à conversa desta sexta Mesa-Redonda.

A primeira a contribuir com o assunto foi a advogada e empresária, Márcia Rocha, da Transempregos. Ela começou contando brevemente sobre a sua infância, que aconteceu dentro do período da Ditadura, uma época em que a letra “T” não existia na sigla LGBT. Desde pequena, ela já se identificava como mulher, mas era reprimida, não só pela sociedade, mas pela própria família. “Tudo o que eu conquistei na vida, todos os privilégios que eu tive, foi porque eu me mantive trancada por um bom tempo. Então eu sei muito bem como que as portas se abrem se você é um homem branco, cis, hétero e de classe média”, contou ela.

Ela ainda fala sobre como é percebida essa questão para o homem trans e a mulher trans. Segundo Márcia, para os homens trans, em questão de aparência, é mais fácil de passar despercebido na sociedade, em comparação às mulheres trans. Porém, quando o homem trans é percebido, ele fica mais vulnerável à violência.

Por que eu não posso ter o direito de existir? Essa pergunta sempre martelou na cabeça de Márcia e, pensando nisso, ela fundou o Projeto Transempregos, iniciativa de empregabilidade para pessoas transgêneras no Brasil e que possui o maior banco de dados e currículos deste segmento no país. O Brasil é um país muito diverso, porém, é importante frisar que todas essas pessoas precisam ser capacitadas para poderem ser inseridas no mercado de trabalho. A empresária frisa que o mercado pode, e deve, contratar pessoas trans, porque elas também são capacitadas e podem ser capacitadas.

Eu costumo dizer que está cheio de diamante bruto, cheio de pedrinhas, jogado por aí na sarjeta. Vocês das empresas só precisam encontrar, lapidar e colocar para trabalhar. O nosso trabalho pode até ser de formiguinha, mas é importante dizer que em 10 anos nós conquistamos muita coisa, muitos direitos”, frisou Márcia.

O próximo a discursar foi o Wallace Faria, da SAP Brasil. O executivo já iniciou o seu discurso falando sobre como a SAP se preocupa e coloca como assunto primordial a inovação, e como a inovação está intimamente ligada às questões de Diversidade e Inclusão.

Vale ressaltar que a SAP é atualmente presidida por uma mulher, o que reforça a questão da liderança feminina dentro de uma empresa e, no caso, uma da área de Tecnologia, que é conhecida predominantemente por empregar mais homens. No caso, porém, a SAP já quebrou um estereótipo.

Wallace ainda frisou que na SAP Diversidade é um assunto imperativo. Todo mundo na empresa tem que estar habilitado a falar sobre o tema e, mais do que isso, a praticar ações voltadas ao tema. “A gente acredita nisso. Ele está presente em todas as nossas diretrizes, porque temos que falar sobre isso, é um assunto transversal. E é assim que a gente acredita que as coisas podem mudar”.

Deem treinamento. Deem mentoria. Incentivem. Porque isso fará com que seu público retribua. O segundo ponto é que esse movimento precisa de apoio. Educar a liderança, abrir espaço para outros, pode, à médio e longo prazos, trazer resultados positivos para transformar o país”, disse Wallace, finalizando sua participação no Congresso.

Passando o microfone, foi a vez de Ludmilla Lavigne, da OEC, discursar. Para ela, a Diversidade traz valor para os negócios. Como profissionais, somos desafiados o tempo inteiro a trazer estratégias de inovação, até porque, esse é um assunto que já não precisa mais ser questionado, é um assunto que já faz parte das conversas das empresas.

Sempre nos posicionamos como uma empresa que se abre para o diverso e sempre trabalha para conectar isso às suas estratégias de trabalho. As empresas que não se abrirem para isso, estão fadadas à ruína”, comentou Ludmilla.

A Diversidade é um caminho sem volta. Isso é fato. E na OEC, segundo Ludmilla, a empresa trabalha arduamente em programas e projetos que promovam, cada vez mais, a Inclusão e a Diversidade em suas estratégias de trabalho. “O nosso plano de inserir Diversidade na empresa prevê uma série de programas de apoio ás mulheres. Têm sido um trabalho bastante focado, e que já têm apresentado resultados visíveis”.

Essa pauta de Diversidade e Inclusão necessita de uma tomada de decisão consciente. Então façam, aprendam com a própria trajetória e com a trajetória dos outros, que se todo mundo fizer isso, logo mais é possível termos um país e um mundo melhor”, finalizou Ludmilla.

Por fim, foi a vez de Carolina Figueiredo, da Philip Morris Brasil, dar o seu depoimento sobre o assunto e sobre as ações da empresa em relação ao tema.

Por já ter passado por tantos lugares, e por ter tido contato com tantos olhares e tantos pontos de vista, isso fez com que a profissional tivesse uma visão mais ampla do mundo. E é graças à essa visão que ela consegue trabalhar com o desafio de transformar a empresa em que atua. Segundo ela, a história da transformação da Philip Morris passa pela Diversidade.

Eu acredito que a mudança tem que vir primeiro de dentro. Porque só quando vem de dentro, ela consegue passar para fora de maneira verdadeira. O que eu vejo muito hoje em dia, são várias empresas que fazem discursos muito bonitos, colocam matérias no jornal, se dizem ESG, mas no fundo, não têm Diversidade nas suas empresas”, frisou a executiva.

Carolina encerrou a sua participação afirmando que ainda há muito o que ser feito no mercado corporativo, e que, infelizmente, não tem como lutar todas as batalhas. Mas o importante é não deixar de fazer, nunca. “Escolham as batalhas que mais tenham a ver com o propósito da sua empresa. Não é algo fácil, mas pode ser um caminho. Então aproveitem esse momento e façam acontecer, porque depois, os resultados vêm”, finalizou ela.

A apresentação, na íntegra, do painel “Mercado, Consumo, Inovação e Reputação: O potencial dos diversos” encontra-se disponível logo abaixo, a partir das 13h. Esta edição especial, presente na Maratona do 25º Congresso, conta com comentários em estúdio da jornalista Angela Crespo, apresentadora do programa Consumo em Pauta na Rádio Mega Brasil Online.

O capítulo também traz entrevistas exclusivas com os palestrantes Carolina Figueiredo, Márcia Rocha, Wallace Faria e Ludmilla Lavigne, feitas pelos nossos colegas Regina Antonelli, Cristina Vaz de Carvalho e Gilberto Santos logo após a apresentação do painel.

Fique ligado porque nos próximos dias têm muito mais! A cada dia, um capítulo do Congresso será disponibilizado, sempre a partir das 13h.

Para ter acesso a este e muitos outros conteúdos, acesse o canal da Mega Brasil no YouTube.