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Depressão e Suicídio: Precisamos falar sobre

Em reforço ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), o Centro de Valorização da Vida lançou a campanha “#AntiPubli”, no qual diversos influenciadores e artistas fazem propaganda de produtos falsos que prometem curar a agonia, a solidão e a tristeza, mas que não existem

Divulgação

Sabonetes de lichia para curar a agonia, de mamão para acabar com a solidão, e de framboesa para dar um fim na tristeza. O lançamento é fictício e busca chamar a atenção para um problema sério, cuja solução não é simples: os crescentes casos de depressão e suicídio no Brasil e no mundo. A ação é fruto da campanha “#AntiPubli” e conta com o apoio de dezenas de influenciadores e celebridades.

Em tempos difíceis, pessoas se tornam ainda mais vulneráveis a promessas milagrosas e produtos com soluções mirabolantes. Pensando nisso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) lançou, no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), uma linha de produtos impossíveis: sabonetes de lichia para curar a agonia, de mamão para acabar com a solidão, e de framboesa para dar um fim na tristeza.

O lançamento é fictício e busca chamar a atenção para um problema sério, cuja solução não é simples: os crescentes casos de depressão e suicídio no Brasil e no mundo. A ação é fruto da campanha “#AntiPubli” e conta com o apoio de dezenas de influenciadores e celebridades, como Bruna Gomes, Thaila Ayala, Lázaro Ramos, Taís Araújo e Mariana Goldfarb.

A apresentadora Sabrina Sato participa pela quarta vez da iniciativa digital criada por um coletivo voluntário para o CVV. Para ela, o papel dos influenciadores é de muita responsabilidade. “Sempre presto atenção nas marcas que me envolvo, sei da responsabilidade que temos e do alcance que detemos. Apoiar o CVV lançando um produto que não existe é arriscado, mas necessário para passar o recado de que precisamos nos apoiar e cuidar mais uns dos outros”, diz.

O lançamento fictício tem por objetivo prender imediatamente a atenção das pessoas. Personalidades bastante conhecidas farão a “publi” de uma linha de sabonetes que promete solução instantânea e inexistente para problemas sérios. Uma vez cativada a atenção da audiência, a personalidade dá o alerta da ONG: o produto não existe, assim como não existe solução fácil para saúde mental. A mensagem fortalece a importância de acompanhamento profissional, da conversa e da escuta ativa para a prevenção do suicídio.

Eu já passei por algumas crises fortes de depressão. O que me ajudou muito, além de terapia, foi pensar nas pessoas que amo. Comecei a me levantar pela minha família. Sabia que se eu não estivesse aqui, iria fazer muita falta aos meus pais e minha irmã”, comenta a influenciadora e atriz Bruna Gomes, que participa este ano pela primeira vez da campanha voluntária do CVV.

É importante ter muito cuidado com aquilo que a vida digital vende como real: seja um produto com promessas falsas ou um estilo de vida perfeito – ambos são inexistentes e, portanto, inalcançáveis. É importante também ter muito cuidado com o que a vida real exige e não deixar de ter contato com as pessoas, conversar e se interessar genuinamente.

No mundo, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos. No Brasil, uma pessoa tira a própria vida a cada 45 minutos. Em 2020, o CVV recebeu mais de 3 milhões de ligações de pessoas em vulnerabilidade emocional. Quando comparado a 2019, o número é 5% maior em 2020.

 

Como se tornar um voluntário do CVV

Pessoas precisam de pessoas, e o CVV está aberto para quem deseja oferecer uma conversa empática, sem críticas e julgamentos. Para ser voluntário, basta fazer a inscrição no site. É necessário participar de um curso preparatório gratuito para os atendimentos. Os pré-requisitos são: ter 18 anos ou mais, e vontade de realizar um trabalho voluntário.

 

Sobre depressão, transtornos mentais e outras causas do suicídio

Segundo dados do IBOPE, o suicídio ao redor do mundo está em queda, mas o Brasil surge na contramão do movimento global. De acordo com levantamento feito em 2019, o suicídio cresce no país, principalmente entre jovens. Hoje, um brasileiro comete suicídio a cada 45 minutos. Ao ano, em média, 11 mil pessoas tiram a vida no país.

. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), jovens entre 15 e 24 anos compõem o maior grupo de risco de suicídio, sendo a segunda causa de morte de jovens ao redor do mundo. O relatório aponta também que é crescente o risco entre crianças de 5 e 9 anos.

. Também de acordo com a OMS, a depressão é a principal causa do suicídio no mundo, seguido pelo uso de álcool e drogas.

. As redes sociais compõem um dos ambientes mais favoráveis para o desenvolvimento de gatilhos para a depressão. De acordo com o estudo da Royal Society for Public Health, cerca de 70% dos jovens revelaram que aplicativos de redes sociais fez com que eles se sentissem pior.

 

Saúde mental e isolamento social

. De acordo com um estudo feito pela consultoria Eureca“The Truth” – 70% dos jovens brasileiros tiveram piora na saúde mental por causa do isolamento social.

. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria mostra que 89,2% dos profissionais entrevistados destacaram agravamento de quadros psiquiátricos nos pacientes devido a pandemia.

. O aumento de pacientes novos, que nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos, foi relatado por 67,8% dos psiquiatras.