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O jornalista e escritor Ethevaldo Siqueira faleceu na noite deste domingo, 16, aos 90 anos.
Morreu na noite deste domingo, 16, aos 90 anos, o jornalista Ethevaldo Siqueira, considerado pai do jornalismo de tecnologia no Brasil e pioneiro da cobertura do tema País. Ele estava internado em São Paulo, no hospital Oswaldo Cruz, para o tratamento de leucemia. O jornalista deixa esposa, dois filhos, cinco netos e uma bisneta. O velório será nesta segunda, 17, às 14h no Velório Samaritano e o enterro será no Cemitério da Bom Pastor às 16h, ambos em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
Paulista de Monte Alto, Ethevaldo sempre foi um entusiasta da tecnologia. Formado na primeira turma de jornalistas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), em 1966, ele descreveu desenvolvimento de diversas tecnologias no Brasil e no mundo. Nos anos 80, quando o assunto ‘jornalismo de informática’ começou a surgir, o jornalista já tinha mais de 20 anos de material sobre o tema. Seu trabalho foi fundamental para abrir espaço para novas editorias e veículos especializados.
Entre as décadas de 1970 e 1990, Ethevaldo se dedicou à cobertura do avanço das telecomunicações, incluindo os aspectos políticos do tema, como políticas de inclusão, regulação do setor, disputas comerciais, monopólio e privatização. Isso fez dele uma das principais autoridades no assunto no País. Assim, ele fundou e dirigiu as revistas Revista Nacional de Telecomunicações (RNT), que foi veiculada de 1979 a 2001, e a TelePress Latinoamérica, veiculada de 1991 a 2001.
Além disso, publicou alguns livros trataram do tema: A Sociedade Inteligente: Sobre a Revolução das Telecomunicações, dos Computadores e dos Robôs (Bandeirante, 1987); Três Momentos da História das Telecomunicações no Brasil (Dezembro Editorial, 1998); Brasil: 500 anos de Comunicações – A eterna busca da liberdade (Dezembro Editorial, 2000); e Como Viveremos (Saraiva, 2004).
Seu trabalho também inclui o desenvolvimento da corrida espacial, visitando os programas Apollo e Space Shuttle, da Nasa, além de cobrir lançamentos espaciais feitos pela União Soviética e Rússia. Além da cobertura presencial de principais eventos de tecnologia no mundo, como a CES, nos EUA, e a IFA, na Alemanha.
Entre 1967 e 2012, Ethevaldo escreveu para as páginas e site do jornal Estadão, onde ocupou os cargos de repórter, editor, repórter especial, colunista e blogueiro. Entre 2005 e 2013, foi colaborador especial das revistas Veja e Época. Entre 1986 e 1996, retornou ao ECA-USP como professor de Tecnologia da Informação e Telemática do Curso de Jornalismo. Nos últimos quatro anos, ele retomou a parceria com o Grupo Estado com a coluna Mundo Digital, na Rádio Eldorado, com informações e dicas sobre o mundo da tecnologia.
“Convivi por décadas com a inteligência e o conhecimento de Ethevaldo no jornalismo. Conforme o tempo passava, ele se rejuvenescia em sua eterna curiosidade sobre os avanços da tecnologia. Também era um violonista apaixonado pela música. Seu legado viverá sempre entre nós”, comenta Renato Gasperetto, Vice-Presidente de Relações Institucionais e de Sustentabilidade da Telefônica Vivo sobre o Ethevaldo, com quem se relacionou profissionalmente em seus anos como representante de empresas de tecnologia.
Em 1995, a Mega Brasil teve seu primeiro contato com Ethevaldo Siqueira. O Jornalista, ao lado de Vera Giangrande, Ombudsman do Grupo Pão de Açucar, foi uma das estrelas do Congresso Brasileiro de Comunicação Empresarial, evento realizado pelo professor Wilson da Costa Bueno em parceria com a Mega Brasil.
“Aquela edição aconteceu num dos auditórios da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing – e reuniu uma pequena audiência de cerca de 50 pessoas. A presença de Ethevaldo, entre os convidados daquela nossa primeira edição do que se tornou mais tarde o Congresso Mega Brasil, revelou o potencial de diversidade de temas que já gravitavam em torno da Comunicação empresarial, e ajudou a trazer prestígio ao evento, hoje considerado uma referência no mercado”, conta Marco Antonio Rossi, sócio-diretor da Mega Brasil.
Como jornalista, recebeu duas vezes o Prêmio Esso, primeiro em 1969 com a reportagem “Eis a São Paulo: Ano 2000″, e o segundo “O mundo eletrônico dos Anos 80″, em 1978. Em 2007, foi consagrado pelo Prêmio Comunique-se, na categoria Jornalista de Tecnologia.